Volatilidade está maior que nas últimas três eleições

Escrito por Redação ,

São Paulo. A oscilação registrada pelo câmbio entre julho e 20 de agosto, que levou o dólar a superar a casa dos R$ 4, é maior do que o observado em igual intervalo das últimas três eleições, realizadas em 2006, 2010 e 2014. Os dados são de um levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

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A volatilidade vista nos últimos dias tem sido reflexo dos resultados das últimas pesquisas eleitorais. "O movimento era esperado por conta das incertezas e mudanças de expectativas dos investidores durante o período eleitoral", diz nota da Anbima.

O levantamento aponta também que, em 2006 e 2010, o real valorizou 1,30% e 2,32%, respectivamente. Em 2014, desvalorizou 2,53%. Já em 2018, a desvalorização do real frente ao dólar foi de 3,41%.

Acompanhamento

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais destaca, em nota, que a volatilidade pode significar oscilações para cima ou para baixo e não necessariamente está relacionada a ganhos ou perdas relevantes, o que exige do investidor um acompanhamento minucioso do mercado.

Rentabilidade

Ainda de acordo com a Associação, as rentabilidades da taxa de câmbio no mês de outubro, quando acontece a eleição no Brasil, e a trajetória volátil podem se acirrar. Em outubro de 2014, por exemplo, o real valorizou 0,28%. Em 2010 e 2006, houve desvalorização da moeda doméstica de 0,42% e valorização de 1,44%, respectivamente.

Ontem, o Itaú Unibanco também comentou o cenário com a disparada do dólar, explicando como a valorização da moeda norte-americana impacta os preços no Brasil.

Nos cálculos do banco, o coeficiente de repasse do dólar para a inflação é de 7,5%. "A cada 10% de depreciação cambial, joga-se 0,75 ponto percentual para a projeção de inflação. Mas neste ano, na prática, o repasse tem sido mais baixo", disse o chefe do Departamento Econômico do Itaú Unibanco, Mário Mesquita.

Para este ano, o Itaú Unibanco projeta que a inflação chegue a 4,1%, Já para 2019, o banco prevê uma taxa de 4,2%.

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