Valor das construções atinge R$ 12,7 bi no CE

Sinduscon-CE estima queda nesse montante em 2016, mas prevê que setor melhore em 2017, com vendas de estoques

Escrito por Redação ,
Legenda: Número de empregos mantidos pelo setor da construção no Estado no fim de 2015 era 100,8 mil, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE

Fortaleza/Rio. O valor das incorporações, obras e serviços realizados pelas empresas da construção cearense somou R$ 12,7 bilhões em 2015, segundo dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) referente àquele ano, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, avalia que esse montante diminuiu em 2016 devido à persistência da crise, embora não seja possível precisar qual foi a intensidade da queda.

"Com certeza, isso diminuiu, pois não houve mais lançamentos. Desde então, os lançamentos têm diminuído muito e o os estoques aumentaram", diz. Segundo o IBGE, o valor de incorporações, obras e serviços em 2015 no Ceará representa alta de 19,8% frente ao registrado em 2014 (R$ 10,6 bilhões).

A pesquisa mostra ainda que o número de empregos mantidos pelo setor no Estado no fim de 2015 era 100,8 mil. "Hoje, deve estar em torno de 56 mil empregados", diz Montenegro.

Naquele ano, 1.843 atuavam no setor da construção cearense, número que também caiu a partir de então, segundo ele. "Com a queda na atividade econômica, muitas empresa fecharam suas portas, e com a construção civil não foi diferente", salienta o presidente do Sinduscon-CE.

Para este ano, a previsão é de que o setor retome a venda dos imóveis que ficaram estocados durante a crise, mas a previsão de melhora no nível de empregos fica para 2018, de acordo com André Montenegro.

"A melhora é esperada só para a venda dos estoques. As construtoras vão buscar vender os estoques para depois retomar os lançamentos e obras", projeta o presidente da entidade.

Ainda segundo o IBGE, a construção cearense somou em custos e despesas um total de R$ 10,8 bilhões em 2015. Naquele ano, o setor teve uma receita bruta de R$ 13,4 bilhões e receita líquida de R$ 12,5 bilhões.

Brasil

No País, o valor das incorporações, obras e serviços realizados pelas empresas de construção somaram R$ 354,4 bilhões em 2015, queda de 16,5% em termos reais na comparação com o ano anterior. No mesmo período, a receita operacional líquida do setor recuou, também em termos reais, 18,7%, chegando a R$ 323,9 bilhões.

A pesquisa mostra ainda que, excluindo as incorporações, o valor das obras e serviços realizados pela indústria da construção atingiu R$ 337,9 bilhões. Desse montante, R$ 103,5 bilhões vieram das obras contratadas por entidades públicas, que representaram 30,6% do total da construção - patamar superior ao verificado no ano de 2014, quando ficou em 33,9%.

Edifícios

O segmento de construção de edifícios se manteve como o que mais contribuiu para o valor corrente das incorporações, obras e serviços realizados, com R$ 165,7 bilhões, ou 46,7% do total no ano de 2015.

Em seguida, vêm obras de infraestrutura, com fatia de 33,9% em 2015, equivalente a R$ 119,9 bilhões. A fatia é inferior ao padrão de 2013 (40,2%) e 2014 (38,3%), quando os efeitos da Operação Lava-Jato e da recessão ainda não haviam atingido em cheio o setor.

Já o setor de serviços especializados para construção ganhou participação. Com R$ 68,7 bilhões, ficou com uma fatia de 19,4% do total em 2015, acima dos 17,9% de 2014.

Vagas de emprego

Apesar do crescimento do número de empresas ativas na indústria da construção na passagem de 2014 para 2015, 500 mil vagas de trabalho foram cortadas ainda no primeiro ano de recessão na economia, de acordo com os dados do IBGE.

O número de empresas ativas encerrou 2015 em 131.487, contra 128.012 em 2014. Naquele ano, o total de empresas empregava 2,9 milhões. Em 2015, o número se reduziu para 2,4 milhões de trabalhadores no setor.

O gasto com pessoal ocupado correspondeu a 33,3% do total dos custos e despesas dessas empresas, resultado superior à participação em 2014 (32,8%). Com a crise, o salário médio mensal encolheu 1,4% em termos reais, de R$ 1.970,05 em 2014 para R$ 1.943,43 em 2015.

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