Transmissão e licenças ainda são os gargalos

Escrito por Redação ,
Legenda: Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, foram definidas ações de curto, médio e longo prazos, visando atrair investimentos
Foto: Foto: Kid Júnior

Um dos motivos de recorrentes reclamações do setor eólico é o atraso na entrega das linhas de transmissão. Até alguns anos atrás, ocorria de o parque ficar pronto mas não poder produzir por falta de ligação. Hoje, o parque só pode participar de um leilão se já houver linha de transmissão garantida. Segundo o diretor de Engenharia e Construção da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Antônio Varejão, a maior dificuldade para viabilizar as linhas, são as licenças com órgãos estaduais, sejam ambientais ou do patrimônio histórico.

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"Não é uma dificuldade específica do Ceará, e a Chesf tem procurado parcerias com os órgãos estaduais para viabilizar estratégias em gestão de projetos", ele diz. De acordo com Varejão, a própria natureza das linhas faz com os processos de licenças sejam mais demorados do que os dos parques.

"As linhas passam por diferentes ecossistemas e diferentes propriedades", detalha. De acordo com levantamento citado por Varejão, em 2015 a Chesf investiu R$ 195 milhões em linhas de transmissão e subestações no Estado do Ceará.

Sistema robusto no CE

Para 2016, a expectativa de mais R$ 235 milhões, e, para 2017, outros R$ 85 milhões em linhas e subestações. "De 2005 a 2014, a Chesf fez no Ceará mais de R$ 1 bilhão na área de transmissão. O Ceará tem um sistema bastante robusto. Para 2016, no dia 31 de janeiro, a gente estará energizando a linha Sobral-Acaraú, um investimento de R$ 60 milhões, que vai escoar mais 60mW, além dos 157mW que já existem", acrescente. Conforme a Chesf, a subestação de Ibiapina opera escoando 283mW oriundo de parques eólicos.

Licenças

Com relação às licenças, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Nicolle Barbosa, afirma que sua prioridade número 1 é dar mais agilidade a este tipo de processo. "Estamos conseguindo dar prioridade aos licenciamentos na área de energias renováveis", ela diz. Segundo a secretária, foram definidas ações de curto, médio e longo prazos pelo governo, visando atrair mais investimentos. "O presidente da Chesf se comprometeu a ajudar o estado do Ceará para ajudar nesse pleito. Mas precisamos que o Governo Federal cumpra com a parte dele de nos dar as linhas de transmissão", diz.

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