Indústrias da cadeia produtiva geram cerca de 15 mil vagas

Com 29 parques em construção, estimativa é de 12 novos empregos gerados por ano a cada megawatt instalado

Escrito por Redação ,
Legenda: Uma das primeiras multinacionais do setor eólico a operar no Ceará, a alemã Wobben Windpower viu no Cipp a oportunidade de ingressar no mercado brasileiro com a possibilidade de produzir para exportação
Foto: Fotos: Cid Barbosa

Além dos parques de geração, a cadeia da indústria eólica envolve fabricantes de aerogeradores e de pás, construtoras e consultorias, fabricantes de peças e componentes, empresas de logística, de montagem, transportadoras, dentre outras. E o Ceará conta com empresas de praticamente todos esses segmentos. Estima-se que o setor seja responsável por gerar cerca de 12 empregos/ano por cada mW instalado. O que, de acordo com a capacidade atual (1.233 mW), representa aproximadamente 15 mil empregos diretos.

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E, apesar do cenário econômico, o setor continuará crescendo, pois há 29 parques em construção e 31 contratados com construção não iniciada, devendo mais do que dobrar a capacidade instalada no Estado nos próximos anos e, consequentemente, o número de empregos. O movimento acompanha o desempenho do setor em escala nacional. No Brasil, a capacidade instalada eólica no cresceu 57% em doze meses até novembro de 2015, segundo o Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro, do Ministério de Minas e Energia, passando para 6.848 mW.

"Há novas possibilidades de empreendimentos, mas neste período econômico, o que a gente vê é que há muita cautela dos empreendedores", diz Jurandir Picanço, Coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). "Uma boa novidade é que agora há interessados não só nos parques, mas também na produção de equipamentos", ele afirma.

Oportunidade vista

Uma das primeiras multinacionais do setor eólico a operar no Ceará, a alemã Wobben Windpower, viu na região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) a oportunidade de ingressar no mercado brasileiro com a possibilidade de produzir para exportação.

"Tão logo a gente montou as fábricas em Sorocaba (SP), começamos a operar as usinas na Prainha e na Taíba", diz Ludmilla Campos, gerente geral da Wobben Windpower no Pecém. "Os ventos eram excelentes e o Ceará tinha o porto que nos permitia importar matérias primas e exportar pás e máquinas", relembra sobre o início da operação no Estado.

Sobre os quase 15 anos de atuação no Estado do Ceará, Ludmilla Campos diz que a operação da Wobben no Estado superou as expectativas da matriz. "Os primeiros anos foram muito difíceis porque não havia uma legislação que regulasse o mercado. Mas após esse primeiro momento as expectativas foram atendidas. Se a gente não vende para o mercado interno, a gente exporta", ela diz. Nas duas unidades do Ceará, Pecém (fabricação) e em Fortaleza (manutenção), a Wobben oferece 450 empregos diretos.

Futuro

Para a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, o cenário indica que a geração eólica continuará a exercer um papel de destaque na matriz energética brasileira nos próximos anos.

"A indústria tem um crescimento de 50% ao ano, na média dos últimos anos. O setor elétrico vai crescer e quando você passar por crescimento de oferta elétrica você passa, logicamente, pela eólica. (...) Fechamos os dados de 2015, batemos recordes de instalação de parques eólicos, com 111 inaugurados, enquanto em 2014 foram inaugurados 96. Foram 2,8gW em 2015 contra 2,4gW em 2014. Então a trajetória de crescimento vai permanecer. Nós estamos construindo hoje 9gW, já contratados. Então essa perspectiva macro é muito boa", analisa.

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