Atlas pode atrair novos investidores

Escrito por Redação ,

Um dos principais gargalos para os investimentos em parques eólicos no Ceará é a defasagem do atlas eólico cearense, datado do ano 2000. O atlas fornece informações sobre a intensidade dos ventos em diferentes altitudes em diferentes áreas do Estado, identificando aquelas com maior potencial de aproveitamento dos ventos. Assim, com a identificação de novas áreas de interesse, o documento é fundamental para a atração de novos investidores.

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"Qualquer parque eólico, para ser aprovado, precisa de pelo menos três anos de medição de vento naquele local. Se você tem um atlas, isso dá muito mais segurança, porque você vai fazer as medições baseado nele", diz Jurandir Picanço, Coordenador do Núcleo de Energia da Fiec.

Segundo Picanço, embora os dados do atlas de 2000 ainda reflitam a realidade, a tecnologia de geração eólica mudou de tal maneira que aquelas informações se tornaram obsoletas. As torres, que em 2000 tinham em torno de 50 metros de altura, hoje passam dos 100 metros.

"Os ventos não mudaram, mas a tecnologia mudou. É preciso fazer o mapa usando altitudes maiores, porque quanto mais alta, mais fortes os ventos e, assim, o potencial das áreas a serem exploradas se multiplica", explica Picanço. "Antigamente era preciso construir os parques em regiões que tivessem condições muito favoráveis. Hoje isso não é mais necessário, porque com as torres mais altas, o desempenho é bom tanto na orla como nas regiões de tabuleiros".

Motivo da perda de espaço

A presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, cita a desatualização do atlas cearense como um dos fatores que fez com que o Ceará perdesse a liderança na geração eólica para estados vizinhos.

Segundo a titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Nicolle Barbosa, a atualização do atlas está sendo feito em parceria com a iniciativa privada e deve estar em fase de conclusão ainda neste semestre. "O Ceará tem os melhores ventos. A gente vai mostrar isso no mapa eólico", afirma Nicolle.

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