Socorro vai impactar 8 pontos na conta de luz

Aumento será repassado à conta de luz dos consumidores a partir do 2015 e seguirá por dois anos, até 2017

Escrito por Redação ,
Legenda: Diretor da Aneel disse que impacto de 8 pontos não quer dizer, necessariamente, que a conta de energia vai ficar 8% mais cara no próximo ano
Foto: Foto: Honório Barbosa

Brasília. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse ontem que o impacto do empréstimo para as distribuidoras será de 8 pontos percentuais na tarifa. Esse aumento será repassado à conta de luz dos consumidores a partir de 2015 e permanecerá na mesma por dois anos. Para consultorias especializadas no setor a alta poderia chegar a 30% na conta de luz.

"O reajuste leva em consideração um conjunto de fatores, mas podemos dizer que o empréstimo terá um impacto no reajuste dessa ordem de grandeza (8 pontos porcentuais)", disse Rufino.

Segundo ele, esse aumento será tratado como um componente financeiro, que entrará na tarifa em 2015, permanecendo por dois anos, até 2017. O início do repasse ao consumidor dependerá da data do reajuste tarifário anual de cada distribuidora. O diretor-geral disse ainda que outros fatores podem ter um impacto negativo na tarifa, de forma a reduzir o valor do reajuste de 2015, mas não fez projeções para esse aumento tarifário. "O reajuste no ano que vem não será necessariamente de 8%, pois outros fatores contam", disse. A devolução à União das usinas da Cesp, Cemig e Copel, que geram cerca de 5 mil MW médios, deve contribuir para reduzir o aumento, pois o valor cobrado pela energia dessas usinas na conta de luz será bem menor. Segundo Rufino, essa devolução terá um impacto "relevante" e será capaz de "neutralizar, em grande parte, se não na totalidade, o impacto do empréstimo".

Ainda de acordo com ele, um regime de chuvas mais favorável pode contribuir para reduzir o valor da energia no mercado de curto prazo, o que ajuda a reduzir o patamar dos reajustes.

O financiamento feito pelo consórcio de bancos e intermediado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) deve totalizar R$ 17,7 bilhões para as empresas. Desse total, R$ 11,2 bilhões já foram repassados e outros R$ 6,5 bilhões devem ser fechados nas próximas duas semanas.

Pagamento agendado

A Aneel também aprovou ontem a nova data de pagamento da energia no mercado de curto prazo pelas distribuidoras. A liquidação poderá ocorrer até 28 de agosto. A data original, 10 e 11 de julho, havia sido adiada para esta quinta-feira, 31, mas o governo não conseguiu finalizar todos os detalhes do financiamento com o consórcio de bancos.

De acordo com o relator do caso, o diretor Reive Barros, as negociações estão avançadas, mas os recursos não serão disponibilizados até o dia 31 de julho. A alteração da data era uma ação "prudente", segundo ele. A data poderá ser antecipada caso os recursos sejam liberados antes do fim de agosto.

Romeu Rufino explicou que o empréstimo está "bem equacionado", mas não será possível disponibilizar os recursos nesta semana. "A liquidação, então, tem de ser postergada", disse. "Não gostaríamos de ter de discutir uma eventual nova postergação, então preferimos colocar a data do dia 28, com a convicção de que os recursos serão liberados antes disso", completou. Rufino disse que a expectativa da Aneel é de que o pagamento da energia pelas distribuidoras referente a junho não precise ser adiado - a data é 6 e 7 de agosto. Segundo ele, o valor do desembolso deve ser "bem menor", devido à queda do preço da energia no mercado (PLD) e da carga de energia no mês passado. "Não há nenhum problema que a liquidação de junho ocorra antes da de maio", disse. As despesas que serão alvo de adiamento totalizam R$ 1,322 bilhão das distribuidoras com a compra de energia no mercado de curto prazo.

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