Setor de flores e rosas cresce no CE em meio à crise e à seca

Cenário difícil não tem impedido avanço do mercado no Estado, que emprega mais de 50 mil pessoas

Escrito por Yohanna Pinheiro - Repórter ,

Mesmo em um ambiente hostil formado pelo cenário econômico negativo e falta prolongada das chuvas, parte do mercado de flores e plantas ornamentais do Ceará tem conseguido vingar e florescer. Entre os diversos setores que compõem a cadeia produtiva de flores no Estado, como a produção, a logística e os pontos de venda, por exemplo, são empregadas em torno de 50 mil pessoas, conforme estimativa da Associação dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do Ceará (Floresce).

>Cadeia produtiva emprega mais de 50 mil no Estado 

>Rosas Reijers estima alta de 17% nas vendas 

Grande parte da produção local, principalmente de rosas, se concentra na região da Serra de Ibiapaba e, mais especificamente, no município de São Benedito. Com clima mais ameno e maior oferta de água, os produtores de flores e de outras plantas ornamentais encontram o clima ideal para plantar e colher mais de 50 variedades de rosas e dezenas de outras espécies de flores de corte.

A maior delas é a Fazenda Lagoa Jussara, da empresa Rosas Reijers. São 41 hectares de área plantada onde são cultivadas, além de dezenas de variedades e tons de rosas, flores como gérberas, gipsofila, lisianthus e lírios, entre outras. Elas são cultivadas em sistema de semi hidroponia, minimizando a utilização e a perda de água. Em picos de produção, chegam a ser colhidos aproximadamente 170 mil botões ao dia.

Também em São Benedito, no distrito de Inhuçu, está a fazenda da CeaRosa, a primeira produtora de rosas a chegar na Serra de Ibiapaba, com uma área de 15 hectares de área plantada, que hoje é dividida entre as culturas de rosas e de pimentões coloridos. A empresa chegou a produzir 35 a 40 mil botões de rosas ao dia mas, depois de diversificar as atividades e entrar para o ramo de vegetais, hoje produz 15 mil botões ao dia, com variedades de rosas tons de vermelho, branco, chá, três de amarelo e laranja e dois cor de rosa.

Resistência

E apesar de se tratarem de produtos considerados supérfluos, que frequentemente são deixados para segundo plano pela população em épocas de crise econômica, o setor projeta crescer 8% no País neste ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). No Ceará, a empresa Rosas Reijers pretende expandir ainda mais seu crescimento, atingindo o patamar de 17% em 2016 e de 20% no próximo ano.

As dificuldades impostas pela estiagem quer permanece por cinco anos são desafios superados no dia a dia por um mercado responsável pela movimentação de milhões de reais na economia cearense, assim como pela geração de milhares de empregos, que dão oportunidades de uma vida mais digna para cidadãos interioranos que tiveram pouco ou nenhum acesso à formação profissional. E a tendência, segundo representantes do setor, é a de que o mercado continue a crescer, com mais velocidade ainda após passado o pior da crise econômica.

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