Prévia da inflação da Capital acumula a menor alta do País

No período, o IPCA-15 de Fortaleza subiu 3,95%, o menor avanço entre as 11 cidades analisadas pelo IBGE

Escrito por Redação ,
Legenda: A queda no preço da farinha de mandioca (-31,69%) é um dos fatores que explica o baixo avanço do IPCA-15 na Capital. Porém, o valor da cebola sofreu elevação de 63,42%
Foto: Fotos: KLEBER A. GONCALVES/VIVIANE PINHEIRO

Após alguns picos neste ano, a pressão inflacionária da capital cearense já dá sinais de que está perdendo fôlego. A prévia da inflação oficial, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), acumulou variação de 3,95% na Capital cearense, no período de janeiro a setembro. Trata-se do menor avanço entre todas as 11 capitais brasileiras analisadas pelo IBGE.

Em setembro, a prévia da inflação oficial de Fortaleza acelerou só 0,09%, o segundo menor índice do País, perdendo apenas para Goiânia, que somou 0,05%. Nesse mesmo período, Belém, por exemplo, registrou avanço de 1,1%. Entre as capitais nordestinas analisadas pelo IBGE, Salvador (0,75%) e Recife (0,55%) também apresentaram índices elevados neste mês.

Um dos fatores que podem explicar o baixo avanço do IPCA-15 de Fortaleza no acumulado do ano é a queda no preço de alguns produtos e serviços na Capital, tais como a farinha de mandioca (-31,69%) e a passagem aérea (-22,8%). Batata inglesa(-22,46%), feijão-mulatino (-22,13%) e feijão-carioca (-21,33%) também registraram recuos significativos no período. Em contrapartida, o preço da cebola (63,42%) e dos hotéis (24,18%) tiveram boas elevações nesse intervalo de tempo.

Teto da meta superado

A nível nacional, O IPCA-15 subiu 0,39% em setembro, acima inclusive da taxa registrada em agosto, de 0,14% . Com a aceleração da inflação, a taxa em 12 meses voltou a subir e a estourar o teto da meta de 6,5%, neste ano. Pelos dados, o indicador de longo prazo ficou em 6,62%, até setembro, superior aos 6,49% do IPCA-15 de agosto.

Os principais impulsos à inflação de setembro do País vieram dos alimentos, que saíram de uma deflação de 0,32%, em agosto, para um alta de 0,28%, em setembro, e do grupo transportes, que intensificou o aumento médio dos preços de 0,20% para 0,45%, entre os dois meses. São os dois grupos de maiores despesa das famílias.

Também saíram de uma fase de deflação em agosto para uma de elevação dos preços os grupos vestuário e despesas pessoais, com altas de 0,17% e 0,31%, respectivamente.

O grupo dos transportes mostrou aceleração em razão das passagens aéreas, cuja alta de 17,58% respondeu por 0,07 ponto percentual do índice, o maior impacto individual no mês.

IGP-M com alta de 0,31%

A segunda prévia de setembro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel, teve inflação de 0,31%. A taxa é superior à registrada na segunda prévia de agosto, que havia tido deflação (queda de preços) de 0,35%. O IGP-M, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acumula inflação de 1,87% no ano e de 3,66% no período de 12 meses.

A alta na passagem de agosto para setembro foi provocada pela alta de preços no atacado e no varejo. O Subíndice de Preços ao Produtor Amplo, que analisa o atacado, passou de deflação de 0,57%, na segunda prévia de agosto, para inflação de 0,32%, na segunda prévia de setembro. O Subíndice de Preços ao Consumidor, que analisa o varejo, passou de leve deflação de 0,02%, em agosto, para inflação de 0,32%, em setembro.

Áquila Leite
Repórter

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