Preço do quilo do feijão recua 20,5% no atacado

Aumento da oferta do produto no Ceará e também em outros estados foi responsável para redução do valor

Escrito por Redação ,
Legenda: Preço do quilo do feijão de corda vendido na Ceasa passou de R$ 3,65 na primeira quinzena de julho para R$ 2,90 em igual período deste mês
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

Produto que ganhou o título de vilão da cesta básica do brasileiro em 2016, o feijão está impactando menos o bolso do consumidor. O preço médio do item vem apresentando consecutivas reduções e continua caindo. De julho para agosto, o valor da mercadoria ficou até 20,5% mais em conta nas unidades da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa). Essa foi a redução no preço do feijão de corda (macassar), cujo quilo estava sendo comercializado por R$ 3,65 na primeira quinzena de julho e passou para R$ 2,90 em igual período deste mês. De acordo com o analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão, todos os tipos de feijão estão mais baratos devido ao aumento da oferta, tanto no Ceará como em outros estados.

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No caso do feijão de corda, Odálio explica que as últimas colheitas foram boas no Estado, por conta das chuvas observadas no primeiro semestre deste ano. "A produção foi bem representativa em algumas regiões no Ceará, principalmente no litoral, e em estados produtores do Nordeste, como Pernambuco e Bahia", afirma.

Quanto ao preço do feijão carioquinha, variedade mais consumida no País, houve redução de 3,6% no quilo do produto na Ceasa. Na primeira quinzena de julho, o consumidor encontrava o item por R$ 4,10, preço que atualmente está em R$ 3,95.

"O feijão carioquinha vendido no Ceará vem das regiões Sul e Sudeste, sobretudo, do Paraná e Minas Gerais, onde as condições climáticas vêm contribuindo para aumentar a oferta. No Ceará, esse tipo é mais consumido nas áreas urbanas. A população do interior opta mais pelo feijão de corda", diz Odálio.

Já o feijão branco, que não é tão popular no prato do brasileiro, ficou cerca de 13% mais em conta na Ceasa, com o quilo caindo de R$ 3,90 para R$ 3,40 no período analisado. O valor do quilo do feijão preto, por sua vez, recuou 1,2%, passando de R$ 4,20 para R$ 4,15. E o quilo do feijão verde apresentou queda de 1,6%, indo de R$ 6,20 para R$ 6,10.

"Todas essas variedades de feijão são consumidas em menor escala no Ceará. O feijão preto, por exemplo, é mais consumido nos fins de semana, quando se costuma fazer feijoada", diz.

Mesmo com o valor do frete mais caro devido ao aumento nas alíquotas do PIS/Cofins dos combustíveis, Odálio destaca que o preço médio do feijão nas unidades da Ceasa deverá ficar estável até outubro, pois o mercado está bem abastecido. Segundo ele, a redução no valor da mercadoria de julho para agosto já aumentou a demanda por feijão na Ceasa em torno de 5%. "O cliente, de certa forma, ainda está cauteloso, mas se mostra bem mais confiante na economia, que começa a dar sinais de melhora, com a inflação em baixa".

Em 12 meses

Nos últimos 12 meses, o preço do feijão caiu até 62% nas unidades Ceasa, comportamento que também pode ser observado nos supermercados do Estado. Todos os tipos do produto apresentaram redução nos valores, sinalizando o aumento da oferta da mercadoria no País.

Conforme a Ceasa, o feijão de corda foi a variedade que mais apresentou redução no período analisado. Em agosto do ano passado, o quilo custava R$ 7,60, valor que passou para R$ 2,90 neste mês, recuo de 61,8%. Em seguida, vem o feijão carioquinha, com 58,4%. O preço do quilo caiu de R$ 9,50 para R$ 3,95. Já o valor do quilo do feijão preto saiu de R$ 5,80 para R$ 4,15, baixa de 28,4%. O feijão verde foi de R$ 8,20 para R$ 6,10 em 12 meses, um recuo de 25,6%.

Supermercados

Segundo o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Gerardo Vieira Albuquerque, o consumo de feijão na rede supermercadista do Estado já é cerca de 30% maior em relação ao observado no início deste ano. "O cliente tem levado mais quilos de feijão carioquinha e de corda para casa, pois está percebendo a redução nos preços do produto. Uma situação bem diferente de 2016".

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