Pecém negocia acordo com Canal do Panamá

O diretor-presidente da Cearáportos, Danilo Serpa, se reuniu, ontem, com autoridades panamenhas

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com a Cearáportos, os panamenhos ficaram empolgados com a estrutura e a localização privilegiada do Porto do Pecém quanto à América do Sul, Europa e África

Prevista para ser concluída no final deste ano, a ampliação do Canal do Panamá tem tudo para gerar novas oportunidades de negócios para diversas regiões do mundo, inclusive para o Ceará. Segundo apurou o Diário do Nordeste com fontes ligadas à Cearáportos, um acordo de cooperação deve ser fechado entre o Estado e autoridades panamenhas ainda em 2015, tornando o Porto do Pecém o primeiro equipamento do País a contar com essa espécie de "intercâmbio" com a passagem marítima.

O diretor-presidente da Cearáportos, Danilo Serpa, aliás, esteve ontem, com representantes da Autoridade Marítima do Panamá para estreitar laços entre o Ceará e o país caribenho. Segundo ele, os panamenhos ficaram empolgados com a estrutura e a localização privilegiada do Porto do Pecém quanto à América do Sul, Europa e África. A fonte ouvida pela reportagem relatou também que as autoridades locais consideraram o Pecém um local estratégico para os mais diferentes negócios que podem passar pelo Canal do Panamá.

Se confirmado, o acordo de cooperação entre o Canal do Panamá e o Porto do Pecém deve gerar uma troca de informações e tecnologia, além de facilidades comerciais entre o Estado e a passagem marítima, gerando, assim, mais negócios para o Ceará. As partes ainda se reunirão nos próximos meses para acertar detalhes da parceria, devendo definir tudo ainda em outubro.

Novas oportunidades

Iniciada em 2007 e orçada em US$ 5,2 bilhões, a expansão do Canal do Panamá vai gerar novas oportunidades de negócios que podem revolucionar o transporte de cargas de todo o mundo. Isso porque a obra vai permitir a passagem de navios com capacidade bem maior, os chamados Post-Panamax (assim denominados exatamente por não terem mais a possibilidade de passar pelo Canal do Panamá).

Atualmente, a capacidade do passagem marítima é para embarcações de até 5 mil TEUs (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés). Com a expansão, porém, essa capacidade passará a 13 mil TEUs, provocando um enorme incremento no comércio marítimo por meio daquela região, com um potencial para movimentação de mais de 600 milhões de toneladas ao ano através do trânsito anual de aproximadamente 16 mil navios.

Competição

Apesar de largar na frente por conta do prévio relacionamento com as autoridades panamenhas, além de já possuir a infraestrutura para receber os navios chamados Post-Panamax, o Porto do Pecém não é a única opção de equipamento no Norte e Nordeste para atuar como um ponto concentrador de cargas, o chamado "hub port". Além dele, informa a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), são considerados, por sua localização geográfica, os terminais portuários de Suape (localizado em Pernambuco), Itaqui (Maranhão), além do Vila do Conde (Pará), que, portanto, acabarão competindo entre si.

Por ser o primeiro porto de cargas gerais que se aporta ao Brasil, contudo, o Pecém tem essa e outras vantagens para despontar como forte candidato.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.