Para economistas, piora está no fim

Escrito por Redação ,

São Paulo. O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril retrata que o processo de deterioração do mercado de trabalho está se aproximando do fim, analisam economistas ouvidos pela reportagem. Segundo dados originais do Ministério do Trabalho divulgados ontem, a economia brasileira criou 59.856 vagas de emprego formal no mês passado, aproximando-se do teto das expectativas que previam intervalo de fechamento de 41.979 a abertura de 60.000 postos. Em março, o saldo líquido foi negativo em 63.624 vagas.

LEIA MAIS

.Brasil cria 59,8 mil empregos; Ceará perde 675 vagas formais

.'Esperamos comemorar a retomada também em maio'

Esse foi o primeiro resultado positivo para o mês desde 2014, quando foram abertas 105 mil vagas. Em 12 meses, há um fechamento de 969.896 vagas. O anúncio surpreendeu o mercado, que esperava o resultado do Caged para os próximos dias.

Nos cálculos do economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo, por exemplo, houve eliminação de 30 mil vagas formais no mês passado, em termos ajustados. Mas Melo ressalta que esse saldo é menos negativo do que o de março, de fechamento de cerca de 70 mil vagas. "Em termos dessazonalizados, vemos um cenário de recuperação gradual do emprego, assim como da economia, com destruição líquida de vagas cada vez menor. Estamos saindo do fundo do poço".

O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, espera saldo líquido positivo na faixa de 3 mil empregos neste ano. "O mercado de trabalho deve precisar de uns quatro anos para recompor esses 3 milhões de vagas perdidas", diz ao referir-se ao fim de empregos nos últimos dois anos.

Na análise por setores, a avaliação se repete. Apesar de só o comércio, agricultura e administração pública mostrarem criação líquida de vagas, no setor de serviços, indústria e construção civil a eliminação de postos de trabalho foi menos intensa.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.