País tem 'amortecedores robustos' para crise, diz BC

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com Ilan Goldfajn, o Brasil está em um momento de estabilização da economia
Foto: Foto: Agência Brasil

São Paulo. O país tem "amortecedores robustos" e por isso está menos vulnerável a choques internos ou externos, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, nessa sexta-feira (19), em reunião-almoço na sede do banco Santander, em São Paulo.

A avaliação foi feita após ele reconhecer que, nos últimos dias, as incertezas no País aumentaram "por conta de informações advindas do ambiente político". Sem citar diretamente a JBS, que está no centro de delações que implicam o governo Michel Temer, Godfajn afirmou que o cenário externo de incertezas "encontra o Brasil em momento de estabilização da economia e de recuperação dos fundamentos econômicos, mas também de incerteza política".

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Para ilustrar a questão, Goldfajn voltou a citar, em sua fala, a situação "confortável" do balanço de pagamentos do Brasil. Além disso, afirmou que o regime de câmbio flutuante é a primeira linha de defesa contra choques externos. "Isso não impede o BCB de usar os instrumentos à sua disposição para garantir o bom funcionamento e suavizar choques no mercado de câmbio", ressaltou Goldfajn.

Reservas internacionais

Ele também voltou a citar o fato de o Brasil ter hoje estoque de reservas internacionais superior a US$ 370 bilhões, ou aproximadamente 20% do PIB. "Esse colchão funciona como um seguro em momentos turbulentos do mercado". Ao mesmo tempo, Goldfajn lembrou que o estoque de swap cambial do BC foi reduzido de US$ 108 bilhões, há alguns anos, para cerca de US$ 20 bilhões atualmente. Segundo Goldfajn, isso traz "mais espaço para atuações do BC".

Endividamento

Outro ponto abordado por Goldfajn foi o atual endividamento externo do setor financeiro brasileiro, qualificado por ele como "pequeno e submetido a constante monitoramento". "Quanto ao setor não financeiro, sua dívida externa, excluídas operações intercompanhia, cresceu apenas 3% entre dezembro de 2012 e dezembro de 2016, indo de US$ 102,2 bilhões para US$ 105,6 bilhões. E nesse montante predominam empréstimos de longo prazo", destacou.

Goldfajn afirmou ainda que é importante que a política econômica continue no caminho correto, "a despeito do aumento da incerteza política".

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