Dyogo: inflação deve fechar o ano abaixo de 3%

Segundo o ministro do Planejamento, o nível dos preços é o mais baixo desde o início do Plano Real

Escrito por Redação ,
Legenda: O IPCA tem probabilidade razoável de terminar este ano abaixo do piso da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Mercado financeiro e setores da iniciativa privada avaliam que BC teria demorado a cortar a Selic

Rio/Brasília. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, prevê que a inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerre o ano abaixo de 3%, piso da meta estabelecida pelo governo.

O resultado obrigaria o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a se justificar em carta oficial ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Dyogo, entretanto, considerou que a carta seria escrita dessa vez por um motivo "salutar". "Deve ser o nível de inflação mais baixo desde o início do Plano Real, e as projeções para 2018 também estão caindo, próximo de 4%. Isso deixa espaço para um processo de política monetária mais benigno", avaliou o ministro do Planejamento.

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Segundo ele, é importante ressaltar que a recuperação em curso da economia é ampla, gradual, porém contínua. "O que estamos presenciando é um processo muito saudável de recuperação da economia brasileira, porque está se dando em bases puramente reais, e não com base em estímulos do governo. Pelo contrário, o governo tem sido bastante comedido a respeito de incentivos para a economia".

Trajetória de queda

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse ontem (2), durante evento da Universidade de São Paulo, na capital paulista, que "a condução da política monetária foi decisiva para colocar a inflação em trajetória de queda". Segundo ele, as condições de ociosidade da economia já estavam presentes em meados de 2016, mas o processo de desinflação somente se iniciou após a ancoragem das expectativas. "Desta forma, acreditamos que a estratégia de ancorar as expectativas de inflação antes de flexibilizar a política monetária contribuiu para mudar do binômio inflação e recessão para desinflação e recuperação".

Estes comentários de Ilan Goldfajn surgem em um momento em que o IPCA tem probabilidade razoável de terminar 2017 abaixo dos 3% - portanto, abaixo do piso da meta de inflação. No mercado financeiro e em setores da iniciativa privada e do próprio governo, porém, a avaliação é de que o BC teria demorado em intensificar o processo de cortes da Selic.

Recuperação gradual

O presidente do BC repetiu que o conjunto de indicadores se mostra compatível com recuperação gradual da economia. Segundo ele, "é importante observar os dados de atividade nos próximos meses para que possamos verificar o ritmo de recuperação". Goldfajn afirmou ainda, que, "apesar do ambiente de elevada volatilidade pelo qual o País tem passado, nossa situação econômica vem apresentando avanços". "Depois de um crescimento de 1% no primeiro trimestre deste ano, em comparação aos três meses anteriores, a economia brasileira teve um crescimento adicional de 0,2% no segundo trimestre", pontuou.

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