Pagamentos de benefícios vão aquecer o 2º semestre
A injeção de recursos na economia, provenientes do pagamento de benefícios aos trabalhadores por empresas dos setores público e privado, associada a sazonalidade do período, tendem a aquecer a economia no segundo semestre do ano, a despeito do conturbado cenário econômico e político. Considerando apenas o pagamento da segunda parcela do 13º salário aos servidores do Estado e do Município, mais de meio bilhão de reais irão circular na economia cearense só em dezembro.
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O incremento pode ser ainda mais expressivo, se os consumidores optarem por produtos fabricados no mercado interno. No Ceará, a previsão de desembolso para pagamento da segunda parcela do 13º salário aos servidores estaduais é de aproximadamente R$ 400 milhões, a serem pagos no mês de dezembro. O Estado mantém em torno de 130 mil servidores, entre ativos, inativos e pensionistas.
Em Fortaleza, a Prefeitura estima que a segunda parcela do benefício atinja o valor de R$ 144,4 milhões, que será pago no dia 17 de dezembro. Ao todo, 48 mil servidores (ativos e inativos) serão contemplados. A primeira parcela, referente a 40% do décimo terceiro, foi paga no primeiro semestre, no dia 17 de junho e somou R$ 67,5 milhões.
Fim do ano melhor
De acordo com Ediran Teixeira, economista do Dieese, com ou sem crise, o segundo semestre nunca será pior do que o primeiro. "Há sempre uma maior injeção de recursos oriundos não somente do 13º salário, mas também das férias nos meses de julho e dezembro, além da participação no lucro paga por algumas empresas a partir de setembro. É também um período em que o setor de serviços contrata mais devido às festas de fim de ano, que são datas emblemáticas para a economia, que alavancam o consumo e geram mais renda", argumenta. Segundo acredita, a expectativa é que o comércio e os serviços voltem a contratar a partir de setembro.
"É essa a tendência. Até porque o PIB do Ceará vai ser maior do que no ano passado. E a expectativa é que o aumento do PIB impacte no mercado como um todo. O fato de ter renda para consumir o que é produzido favorece muito a economia", afirma.
'Momento de paralisia'
O economista reconhece, porém, que o mercado de trabalho está passando por um "momento de paralisia". "A taxa de desemprego está igual a cinco meses e a ocupação vem se mantendo nesse período. Quem está fora (do mercado) não entra porque não há oportunidades. O que existe é uma rotatividade, que provoca queda no rendimento e maior precariedade. Mas o estoque de emprego está mais ou menos igual".
Em relação ao consumo, ele diz que os bens essenciais continuam sendo consumidos.
Mas uma forma de manter a economia local aquecida, segundo o economista, é consumir mais produtos cearense. "Valorizando o mercado interno, nos garantimos a geração de renda e o crescimento dos postos de trabalho", explica o economista do Dieese.
Comportamento
"Valorizando o mercado interno, garantimos a geração de renda e o crescimento dos postos de trabalho"
Ediran Teixeira
Economista do Dieese