Com caminhoneiros, economia cai quase 1% no segundo trimestre

Alta de 3,29% do IBC-Br não foi capaz de fazer o índice fechar o trimestre no positivo, interrompendo assim cinco períodos seguidos no azul

Escrito por Redação ,

A atividade econômica, fortemente impactada pela paralisação dos caminhoneiros em maio, caiu 0,99% no segundo trimestre, divulgou o Banco Central nesta quarta-feira (15).

A alta de 3,29% do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC) em junho, na comparação com maio, foi suficiente para recuperar a queda 3,28% no mês anterior, mas não foi capaz de fazer o índice fechar o trimestre no positivo, interrompendo assim cinco períodos seguidos no azul.

Nos três primeiros meses do ano, o avanço foi de 0,2%.

Em maio o país sofreu com a paralisação dos caminhoneiros, que prejudicou diretamente a atividade e abalou ainda mais a confiança de empresariado e consumidores.

Indicadores após esse período já mostraram alguma recuperação, mas não o suficiente para evitar que as projeções dos agentes econômicos sobre o PIB não sofressem reduções para este ano.

Em junho, por exemplo, a produção industrial brasileira saltou 13,1% sobre o mês anterior, apagando os efeitos negativos provocados pela paralisação nas rodovias.

O volume do setor de serviços do Brasil também cresceu, com alta de 6,6% em junho, no melhor desempenho da série histórica, mas recuperando-se da queda de 5% registrada em maio, quando ocorreu a paralisação.

Já as vendas no varejo brasileiro surpreenderam em junho ao encolherem pelo segundo mês seguido. A queda foi 0,3% na comparação com o mês anterior, registrando o pior desempenho para junho desde 2015 (quando a queda foi de 1,1%).

Apesar da taxa de desemprego ter desacelerado no segundo trimestre do ano, o contingente fora da força de trabalho chegou a 65,6 milhões, alta de 1,2% sobre o período anterior e o mais alto da série histórica do IBGE, iniciada em 2012, informou o órgão nesta terça-feira (31).

Na mais recente pesquisa Focus, feita pelo BC junto a uma centena de economistas todas as semanas, a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) passou a 1,49 % este ano, frente a 3% há poucos meses.

Ainda que a inflação e os juros sigam em níveis baixos, o desemprego elevado tem contido o consumo, barrando melhora mais significativa da economia num ano também marcado por incertezas ligadas às eleições presidenciais, quadro que tem entrado com cada vez mais força no radar dos agentes econômicos.

O IBGE divulga os dados do PIB do segundo trimestre no dia 31 de agosto. De janeiro a março de 2018, o crescimento foi de 0,4% sobre os três meses anteriores, marcando o quinto período seguido no azul, com ajuda da agropecuária.

O IBC-Br já foi considerado uma "prévia" do PIB, mas deixou de ser usado desta forma, já que os resultados podem não ser próximos aos do IBGE.

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