"O mundo está mudando mais rápido do que jamais mudou"

Presidente da Abap-CE, Chico Gaulbernei, a convite da página Marketing, conta aqui um pouco sobre os desafios da entidade e as tantas questões que envolvem a publicidade e seu impacto no mercado e na economia

Escrito por Valerya Abreu - Colunista ,

Chico, qual o papel da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) no mercado nacional e local?

O papel da Abap é cumprir uma agenda constante e dinâmica, com o objetivo de discutir o negócio; proteger a atividade; ativar o mercado; fomentar o diálogo e defender a liberdade de expressão.

E falando de desafios, qual é, na visão da Abap, o maior de todos os desafios que o mercado como um todo enfrenta hoje?

O mundo está mudando mais rápido do que jamais mudou. Estamos num momento de turning point tanto da publicidade como do jornalismo, até a notícia está em questão. E o consumidor ganhou um poder de voz que nunca teve antes. Publicidade não é apenas persuasão, publicidade também é informação. O publicitário também é ator do século XXI. Como um consumidor, vive e sabe o que está acontecendo à sua volta; seja na rua em que reside ou no planeta como um todo. Ambos estamos no centro do desafio mais complexo já enfrentado pela indústria da comunicação. As agências estão buscando novos caminhos nesse contexto e, mais do que nunca, as agências devem continuar fazendo o que já têm feito - chamar os anunciantes à responsabilidade e, juntos, encontrarem alternativas para dialogar com esse novo perfil de consumidor, com novos padrões de comportamento e escolhas.

E qual o impacto da publicidade produzida no país na economia nacional?

Por iniciativa da Associação Brasileira de Agências de Publicidade - Abap - e com o endosso de 11 entidades representativas da atividade publicitária no País, foi realizado um estudo pioneiro que revelou que a cada R$ 1,00 aplicado em publicidade gera, em média, R$ 10,69 para o conjunto da economia. Assim, os R$ 33,5 bilhões de receita gerados no setor (no ano de 2014) impactaram em R$ 358 bilhões no PIB brasileiro.

O que de mais relevante você considera que a entidade fez/faz ao longo dos últimos anos?

Discutimos temas importantes e relevantes para o setor e para o mercado e damos suporte e apoio para as associadas sobre esses temas, como a questão do compliance. Também encomendamos e divulgamos uma pesquisa que aponta a relevância da publicidade para a economia brasileira. Defendemos temas como liberdade de expressão e diversidade na Comunicação. Defendemos uma Comunicação Integrada do cliente, e engajamos as associadas a defender uma questão muito importante atualmente - a reavaliação de métricas do meio digital

E que grande tema tem prevalecido nas discussões envolvendo os associados ? (Ou a pauta tem como foco mesmo as tantas questões do dia a dia)?

São vários temas - compliance; sustentabilidade; licitações públicas; concorrências, houses; políticas de remuneração; diversidade (comunicação não-discriminatória); publicidade infantil; melhores práticas entre agências; veículos e anunciantes; liberdade de expressão. Acreditamos e esperamos que os principais players da mídia digital revejam suas atitudes e práticas, como a questão dos ambientes de veiculação publicitária sem controle; as métricas não aceitas pelo conjunto da atividade e sem a devida auditoria independente e o elevado índice de fraudes constatadas. O momento é uma excelente oportunidade para o digital demonstrar o compromisso de sua operação não apenas com a sua audiência em geral, mas também com anunciantes e as agências de publicidade, em particular, que a ele têm reservado expressivos e crescentes investimentos.

A Abap tem recurso para investir em campanhas publicitárias institucionais a favor de alguma causa de interesse próprio, do mercado e da sociedade? Se sim, qual causa vocês abraçariam a ponto de investir em uma grande campanha?

A Abap investe sempre que identifica boas oportunidades ou necessidade de engajar mercado e sociedade, de forma geral. A última campanha, em 2016, teve como objetivo estimular a retomada da normalidade econômica.

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