Metrofor precisa 'entrar nos trilhos'; VLT em ritmo lento

Linhas leste do metrô estão paradas e Veículo Leve Sobre Trilhos tem apenas uma de três partes em execução

Escrito por
Levi de Freitas - Repórter producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 03:59)
Legenda: A obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza é avaliada em R$ 2,3 bilhões. O maior contrato da história do Ceará, mas está paralisada e não tem previsão de retomada, segundo a Seinfra-CE
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

As obras do Metrô de Fortaleza (Metrofor), iniciadas em novembro de 2013 seguem paradas. Desde o início do ano, graças à reformulação societária do consórcio Cetenco-Acciona, que executa as obras, o equipamento aguarda novo start a ser dado nas construções. Já o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Capital, cuja construção está dividida em três partes, tem apenas uma em andamento.

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Os dois equipamentos, promessas ainda para a Copa do Mundo de 2014, em que Fortaleza foi uma das sete sedes das partidas de futebol, são orçados em R$ 2,4 bilhões, somados. O dinheiro é oriundo do Orçamento Geral da União (OGU), do Banco Nacional do Desenvolvimento Sustentável (BNDES), do Tesouro do Estado e da Caixa Econômica Federal (CEF).

A obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza é avaliada em R$ 2,3 bilhões. O maior contrato da história do Ceará. A verba é dividida entre o Estado e o governo federal. Através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foram destinados R$ 2 bilhões, sendo R$ 1 bilhão do OGU a fundo perdido (isso é, o Estado não terá que pagar o valor futuramente) e R$ 1 bilhão financiados pela Caixa Econômica Federal. O restante, aproximadamente R$ 300 milhões, é a contrapartida do Estado, oriunda do cofre estadual. O valor final do empreendimento é de R$ 2.259,223,588,10.

Sem previsão de retomada

O equipamento, quando pronto, ligará o Centro de Fortaleza ao bairro Edson Queiroz. Iniciadas em novembro de 2013, A Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) afirma que ainda não há previsão para a retomada dos trabalhos no canteiro.

"No momento, o Governo do Estado, por meio da Seinfra, vem adotando de forma cautelosa as medidas necessárias (administrativas e jurídicas) para retomada das obras de implantação da Linha Leste. Até agora, no entanto, não há data prevista para esse reinício", afirmou a Pasta, em nota à reportagem.

Conforme o planejamento, a Linha Leste do Metrô de Fortaleza terá 13 km de extensão, sendo 12 km subterrâneos e 1 km em superfície, operada com trens elétricos. O projeto prevê a construção de onze estações: Estação Catedral, Colégio Militar, Luíza Távora, Nunes Valente, Leonardo Mota, Papicu, HGF, Cidade 2.000, Bárbara de Alencar, CEC e Edson Queiroz.

A estação Tirol, já existente, fará a integração com a linha Oeste e a Leste. Já a estação Chico da Silva, também já implantada fará a integração com a Linha Sul. A previsão é de que a Linha Leste atenda 400 mil usuários por dia quando integrado com os demais modais de transporte, em viagens com percurso de 17 minutos.

O trajeto da Linha sairá do Centro, seguindo a calha da Avenida Santos Dumont, passando pelo terminal do Papicu, onde ocorrerão as integrações com o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e os ônibus do terminal.

O percurso continuará pela área do HGF e Cidade 2000, passando por baixo do Rio Cocó em direção à Estação Bárbara de Alencar, já no bairro Edson Queiroz. A partir daí a linha segue sob a Avenida Washington Soares, atendendo ao Centro de Eventos do Ceará, Fórum Clóvis Beviláqua e universidades próximas.

50% concluído

Já o VLT está 50% concluído, segundo dados da Secretaria de Infraestrutura. O modal, quando concluído, terá 12,7 quilômetros, ligando os bairros Parangaba e Mucuripe. Ele está orçado em R$ 265,5 milhões, sendo R$ 170 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal e R$ 95,5 milhões oriundos do próprio Estado.

Conforme a Seinfra, com o objetivo de facilitar o processo licitatório e acelerar a conclusão dos trabalhos, a obra foi dividida em três trechos, ofertados utilizando o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), quando vence a proposta quem oferecer maior desconto sobre os preços orçados para os trabalhos. As três partes ficaram sendo a passagem inferior da avenida Borges de Melo, no bairro de Vila União; o trecho ligando a Estação da Avenida Borges de Melo à Estação Parangaba e o Centro de Manutenção; e a conexão da Estação Iate à Estação Borges de Melo. A Pasta informou que os trabalhos foram retomados no último dia 17 de julho no chamado trecho 3 do modal.

A obra custará R$ 100.200.384,82 e contempla o trajeto entre as estações São João do Tauape, Pontes Vieira, Antônio Sales, Papicu, Mucuripe e Iate, e deve ficar pronto em 18 meses. O serviço está sendo executado pelo Consórcio VLT Fortaleza, formado pelas empresas Azvi S.A do Brasil e Construtora e Incorporadora Squadro Ltda. Quanto ao trecho 2 (Borges de Melo - Parangaba), que custará R$ 48.458.901,25, a licitação já está na fase de assinatura do contrato, segundo a Seinfra. O vencedor é o Consórcio VLT Fortaleza, o mesmo que está executando a obra do trecho 3. As ordens de serviço só serão expedidas após a conclusão do inventário da obra.

'Entrega diferenciada'

Já o trecho 1, referente à construção da passagem inferior da avenida Borges de Melo, a licitação segue em andamento. O titular da Seinfra, André Facó, afirmou à reportagem que deseja a breve conclusão das obras. "O VLT é um pleito antigo, empreendimento que passou por algumas dificuldades. A gente espera em cada tipo de trecho ter uma entrega diferenciada. Essa é nossa expectativa, de disponibilizar o equipamento o quanto antes à população", disse o secretário.

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