Juro no rotativo do cartão sobe para 342%

O juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 7,8 pontos percentuais de janeiro para fevereiro

Escrito por Redação ,
Legenda: De janeiro para fevereiro, o juro no cartão passou de 334,6% para 342,2%, significa cobrar 0,4138% ao dia
Foto: FOTO: LUCAS DE MENEZES

Brasília. O juro cobrado por instituições financeiras no rotativo no cartão de crédito subiu para 342,2% ao ano em fevereiro ante 334,6% ao ano em janeiro, segundo dados do Banco Central. Na prática, isso significa cobrar juro de 0,4138% ao dia. Se um consumidor estivesse devendo R$ 1 mil no começo do mês, ao final já deveria R$ 1.127.

O juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 7,8 pontos percentuais de janeiro para fevereiro. Em janeiro, a instituição passou a incorporar dados sobre esse segmento, que regula desde maio de 2013. Com a alta na margem, a taxa passou de 70,9% ao ano em janeiro para 78,7% ao ano no mês passado. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro aumentou 6,3 pontos de janeiro para fevereiro, passando de 106,3% para 112,6% ao ano.

Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 209,0% em janeiro para 214,2% no mês passado. Para o crédito pessoal, a taxa total subiu de 46,6% em janeiro para 47% em fevereiro. No caso de consignado, a taxa passou de 26,4% para 26,8% de janeiro para fevereiro e, nas demais linhas, de 107,5% para 108,1%.

A taxa média de juros no crédito livre também subiu, mas neste caso ficou em 40,6% ao ano em fevereiro. O porcentual é recorde da série histórica iniciada em março de 2011. No primeiro bimestre deste ano, a taxa subiu 3,3 pontos porcentuais. Em 12 meses, a alta é de 4,4 pontos porcentuais.

Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou para 54,3% em fevereiro, também a maior da série, iniciada em março de 2011. Para pessoa jurídica, houve alta para 26,1% em fevereiro. Para a aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram para 24,8% de um mês para outro. A taxa média de juros no crédito total, que também inclui as operações direcionadas, subiu para 25,6% em fevereiro.

Inadimplência

A taxa de inadimplência no crédito livre permaneceu em 4,4% em fevereiro ante janeiro. Para pessoa física, passou para 5,4% na comparação mensal. Para as empresas, seguiu em 3,5% de um mês para o outro. Em janeiro, a inadimplência no crédito livre para pessoa física, que havia ficado em 5,4% e foi revisto hoje pelo BC, também bateu recorde: é a mais baixa da série histórica. A inadimplência do crédito direcionado continuou em 1,1% de janeiro para fevereiro. O crédito livre direcionado mostra inadimplência de 2,8%.

Crédito só deve ter alta de 11%

Brasília. O Banco Central (BC) reduziu de 12% para 11% a projeção de crescimento do estoque das operações de crédito para este ano. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, falou sobre a mudança na previsão ontem (25), em entrevista na qual comentou o comportamento do crédito em fevereiro. Segundo a autoridade monetária, no mês passado, as operações de crédito somaram R$ 3,026 trilhões, crescendo 0,5% em relação a janeiro e 11% no período de 12 meses.

De acordo com Tulio Maciel, os motivos para a redução são as percepções quanto à atividade econômica e à demanda por crédito. Há algum tempo, o Banco Central vem destacando que a expansão do crédito tende à moderação no País.

O crédito encerrou o ano passado com crescimento de 11,3%. A autoridade monetária previa alta de 12%.

A previsão para expansão do crédito livre, modalidade em que os bancos podem emprestar livremente os recursos, também foi reduzida, de 7% para 6%. As projeções para evolução do crédito direcionado, modalidade em que os empréstimos seguem regras estabelecidas pelo governo, foi mantida em 16%. Em 2014, o crescimento dessa modalidade foi 19,6%.

"Há uma desaceleração, que já está sendo observada", destacou Tulio Maciel.

Bancos

Ele divulgou também previsões para o estoque das carteiras de crédito dos bancos públicos e privados. Para os primeiros, está mantida estimativa de expansão de 14%, contra crescimento de 16,7% no fim de 2014. Para os bancos privados nacionais, a projeção de alta caiu de 9% para 7%. Para bancos privados estrangeiros, foi mantida em 7%.

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