Ipece: 'sinais de retomada ainda são pouco consistentes'

Escrito por Redação ,

Com alguns resultados positivos, a economia cearense começa a apresentar perspectivas de melhora. No entanto, uma recuperação mais consistente dependerá, sobretudo, do avanço da economia brasileira. Essa são algumas conclusões apresentadas no documento Farol da Economia Cearense, elaborado mensalmente pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

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"O que a gente vê é que há uma sinalização de retomada do crescimento no Estado, mas isso ainda não está confirmado", diz Flávio Ataliba, diretor geral do Ipece. "A economia do Ceará, assim como a economia brasileira dá sinais de recuperação, mas não muito consistentes. Estamos esperando os resultados do PIB (Produto Interno Bruto) para ver se realmente a gente confirma essa retomada tanto na economia nacional como na local", diz Ataliba.

 

O documento destaca que na área fiscal do Estado, há a necessidade de se manter os esforços para o equilíbrio das contas considerando que as principais receitas são afetadas pelo "lento processo de recuperação, pelas pressões sobre as despesas em decorrência de um longo período de recessão e pela necessidade de se manter níveis significativos de investimento público".

Emprego

O saldo de empregos celetistas no primeiro trimestre de 2017 sinaliza uma melhora significativa no mercado de trabalho com relação ao mesmo período em 2016, apesar continuar negativo tanto no Brasil como no Ceará. Nos três primeiros meses do ano Estado apresentou perda de 11,8 mil postos de trabalho com carteira assinada. No mesmo período do ano passado, entretanto, foram pouco mais de 17 mil postos perdidos.

Assim como tem ocorrido no País, a taxa de inflação na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) vem mostrando uma tendência de queda nos últimos meses, embora em patamares significativamente superiores à média brasileira.

Balança comercial

O Ipece destaca ainda que no primeiro trimestre deste ano as exportações cearenses apresentaram um crescimento significativo em relação ao mesmo período dos dois anos anteriores, passando de US$ 252,6 milhões e US$ 237,8 milhões, nos primeiros trimestres de 2015 e 2016 para US$ 524,4 milhões no mesmo período deste ano.

As importações também cresceram em relação a 2016, mas ainda são menores que as registradas em 2015. Com isso, o saldo da balança comercial cearense, apesar de negativo, tem se tornado cada vez menor, com déficits de US$ 758,9 milhões em 2015, US$ 262,2 milhões em 2016 e de US$ 57,7 milhões no primeiro trimestre deste ano.

Indústria e Comércio

Apesar da variação positiva da produção física industrial no Ceará em janeiro deste ano, o acumulado do ano de 2017 ainda aponta uma variação negativa de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O comportamento é compatível com a média do Nordeste (-0,5%), mas é pior que o do País (-0,5%).

Brasil

O Ipece destaca que, nacionalmente, as expectativas positivas se devem à reduções significativas nas taxas de inflação, do juro básico e de câmbio, "conferindo certa estabilidade ao cenário econômico". Porém, a questão fiscal e de endividamento do setor público são fatores de incerteza e de desestabilização, que podem afetar a retomada econômica.

"A instabilidade política e os efeitos imprevistos das reformas trabalhista e da previdência, ora em processo de aprovação, também, se configuram com fatores de instabilidade", aponta o documento do instituto.

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