Investimentos encolhem 8,1%

Escrito por Redação ,
Legenda: Segundo o IBGE, o recuo ocorreu, principalmente, devido à queda das importações
Foto: FOTO: KID JÚNIOR

Rio. Com a economia em recessão e empresários sem confiança sobre a retomada da demanda por seus produtos, as companhias brasileiras reduziram mais uma vez seus investimentos em aumento da capacidade de produção de abril a junho deste ano.

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Os investimentos encolheram 8,1% no segundo trimestre deste ano, na comparação ao três meses imediatamente anteriores, segundo dados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Trata-se da oitava queda consecutiva dos investimentos nessa comparação, a mais longa sequência da série histórica do IBGE, iniciada em 1996. Foi ainda a queda mais intensa desde o primeiro trimestre de 2009 (-10,1%).

Na comparação ao mesmo trimestre do ano passado, essa queda foi mais acentuada, de 11,9% -a queda mais intensa desde o primeiro trimestre de 1996 (-12,7%). Os investimentos já tinham encolhido 7,8% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado.

Chamado tecnicamente de Formação Bruta de Capital Fixo, o indicador de investimentos reflete os investimentos em bens de capital, ou seja, bens que servem para produzir outros bens. São máquinas e equipamentos.

"Este recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital, e também pelo desempenho negativo da construção civil", disse o IBGE. Além de afetar o resultado do PIB do segundo trimestre, o resultado preocupa porque os investimentos são uma indicador a capacidade da economia de continuar crescendo no futuro.

Cláudio Frischtak, sócio da consultoria Inter.B, diz que os investimentos são uma aposta dos empresários no futuro. "Você precisa, consequentemente, de visibilidade (sobre o que vai acontecer com a economia) e confiança, o que não existe atualmente", disse.

Taxa

Com o resultado ruim, a taxa de investimento - medida pela relação os investimentos sobre o PIB - foi de 17,8% no segundo trimestre deste ano, abaixo da taxa de 19,7% registrada nos três meses imediatamente anteriores. Nos últimos anos, os investimentos foram propulsores da economia, ao lado do consumo das famílias brasileiras. Crédito farto e com juros especiais do BNDES contribuíram. Para Frischtak, os desdobramentos das investigações das maiores empreiteiras do País na Operação Lava Jato agravaram a queda dos investimentos no trimestre, mas não foram determinantes para o resultado.

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