Indústria do CE apoia plano para proteção de empregos

Escrito por Redação ,

Brasília/Fortaleza Publicada na edição de ontem (7) do Diário Oficial da União, a Medida Provisória 680 (Programa de Proteção ao Emprego - PPE), que permite reduzir a jornada de trabalho de funcionários de empresas com dificuldades financeiras, é vista de forma positiva por representantes industriais e sindicatos do Ceará.

Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, embora o programa não seja suficiente para a retomada de crescimento da economia, a medida sinaliza que o governo está sendo responsável, criando um mecanismo adicional de preservação dos empregos.

"Ele (governo) está vendo que nossos números estão caindo, e para não permitir que desabe de vez, num ato responsável, estabelece esse programa que vai criar mecanismos para termos um ambiente mais estável para o emprego. As empresas vão se beneficiar e os empregadores estarão mais estáveis", comenta. De acordo com ele, apesar dos setores que serão contemplados com o plano ainda não terem sido fixados, segmentos no Ceará possivelmente serão beneficiados com a medida. "Toda a indústria brasileira está sofrendo com a crise. As montadoras, por exemplo, estão num ritmo de perda muito grande, por isso será uma das beneficiadas, assim como a construção civil, a indústria metalmecânica, a calçadista e a têxtil", acrescenta.

Mais atingidos

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, ressalta que todos os programas que surgem para assegurar o emprego são bem-vindos pela entidade. Para ele, a construção civil está sendo um dos setores mais atingidos pela crise, por isso espera poder se beneficiar com o programa.

"Só precisamos ver como se dará essa adesão para cada setor, pois como temos uma mão de obra muito 'flutuante'. Será preciso avaliar com cautela todas as condições", enfatiza.

Nacional

No País, entidades empresariais e centrais sindicais também veem como positiva a medida. O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, disse que a medida ameniza os efeitos da crise e valoriza a negociação coletiva. "Fortalece a visão coletiva. Isso, comparado ao instrumento que já existe (lay-off), é melhor, porque não utiliza o seguro-desemprego e, ao mesmo tempo, faz com que o governo participe da compensação".

Para o professor de Economia da PUC-SP, Antônio Carlos Alves, é uma medida sensata do governo. "Todos saem ganhando, o Estado, que mantém a arrecadação fiscal, a empresa, que mantém seu lucro, e o trabalhador, que mantém sua renda". Já para o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores, Sérgio Nobre, a medida é positiva, já que "muitas empresas estão anunciando cortes", disse.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.