Inadimplência recua para 8% em Fortaleza

Número de pessoas que não conseguem honrar compromissos financeiros caiu 2,1 pontos percentuais

Escrito por Redação ,

Dentre os impactos que a recessão econômica enfrentada pelo Brasil nos últimos três anos trouxe à população, um deles foi o aprendizado de como melhor gerir as finanças familiares para não ficar no vermelho e, para quem já estava negativado, como sair dessa situação. Em Fortaleza, o percentual de consumidores inadimplentes passou de 10,1% em fevereiro para 8% em março, redução de 2,1 pontos percentuais.

O dado consta na pesquisa Endividamento do Consumidor de Fortaleza que foi divulgada, ontem (22), pela Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Para a diretora institucional da federação, Cláudia Brilhante, o resultado geral do levantamento este mês foi bastante positivo. "O recuo na inadimplência indica que uma parcela das pessoas que estavam com o nome sujo há cinco, seis meses atrás conseguiu limpar o nome", afirma.

A inadimplência em março de 2018 também ficou menor que em igual mês do ano passado, quando atingiu 10,2%. Cláudia Brilhante acrescenta que os números foram uma surpresa boa neste mês, pois eram esperados resquícios dos débitos de dezembro e contas de início do ano. "Ao pagar as dívidas, os consumidores retomam o poder aquisitivo e aquecem o comércio, o que é bom para toda a economia", diz.

Contas em atraso

Outro índice que apresentou melhora foi a porcentagem de pessoas com contas em atraso, que saiu de 25,4% para 20,6% entre fevereiro e março. O tempo médio de atraso no pagamento dos consumidores da Capital está hoje em 67 dias.

O comprometimento da renda familiar segue a mesma tendência e caiu a 36,2%, o menor patamar desde agosto do ano passado (33,6%). Apesar das reduções, Cláudia revela que o comprometimento familiar continua alto. "Claro que toda melhora é comemorada, mas esse percentual continua elevado. Nós esperamos que ao longo dos próximos meses esse número caia mais ainda", estima.

Outro resultado que permanece acima do desejado é o valor médio das dívidas, que chegou a R$ 1.420, segundo o levantamento. "O grande vilão continua sendo o cartão de crédito, sendo a forma preferida de pagamento a prazo de 84,2% dos entrevistados. O problema é quando as pessoas parcelam em muitas vezes, que acumulam com prestações de outras compras, ou quando dividem em parcelas muito altas, de forma que pagam somente o mínimo", diz Cláudia.

Confirmando esse hábito de comprar mais do que se ganha, mais da metade (54,7%) dos consumidores apontam o desequilíbrio financeiro para as contas em atraso.

Cláudia Brilhante orienta que as pessoas comprem com o cartão de crédito somente aquilo que cabe no orçamento mensal e acrescenta que o Governo tem que se conscientizar que a redução dos juros do rotativo é um dos pilares para que a economia volte crescer.

Avanço

O endividamento - situação em que se encontra todas as pessoas que têm algum tipo de conta a pagar - é um caso diferente do restante dos índices. A taxa cresceu a 71,7%, a maior desde junho de 2016. A diretora institucional da Fecomércio-CE ressalta, no entanto, que era esperado. "A medida que mais pessoas limpam o nome e retomar o poder aquisitivo, elas consomem mais. É natural e proporcional esse número ter subido", pontua.

Entre as despesas que mais pesam no bolso do consumidor da Capital, alimentação aparece à frente, segundo 52,2% dos entrevistados. Em seguida estão educação (17,7%), vestuário (17,5%), aluguel residencial (11,8%) e tratamento de saúde (11,6%). "No caso da saúde, o que acontece é que nós não temos uma saúde pública de qualidade, o que obriga as pessoas a se comprometerem mais ainda pagando por um sistema de saúde privada", explica Brilhante.

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