Faturamento industrial sobe 23,5% no Ceará

A redução do número de feriados em relação a junho explica o aumento de alguns índices, como o faturamento real

Escrito por Redação ,

Após a retração registrada em junho deste ano, a indústria de transformação cearense voltou a crescer em julho, com aumento de 23,5% do faturamento real, resultado superior ao registrado no País, que foi de 5,6%. Apesar desse crescimento, índices que medem a produtividade, como o número de horas trabalhadas, apesar de ter crescido, continua inferior ao do ano passado, enquanto a massa salarial e a quantidade de empregos apresentaram queda. Os dados são do estudo Indicadores Industriais, divulgado ontem pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

A recuperação do faturamento real em julho é explicada, entre outros fatores, pela redução do número de feriados na comparação com o mês anterior. "O Ceará caiu mais em junho devido ao grande número de feriados na Capital, já que Fortaleza foi uma das sedes da Copa do Mundo", acrescenta o economista do Indi, Guilherme Muchale.

No mês de julho, a indústria cearense operou com uma média de utilização de 82,6% da sua capacidade instalada, número que demonstra crescimento em relação ao mês anterior, mas ainda está abaixo do registrado em igual mês do ano passado (88,2%). Já o número de horas trabalhadas cresceu 8,6% em relação a junho, mas representa queda de 12% na comparação com julho de 2013, e recuo de 10,3% no acumulado do ano, segundo o levantamento.

O número de empregos apresentou queda de 0,7% em relação ao mês anterior e de 4% na comparação com julho do ano passado, enquanto a massa salarial real, que representa a soma de todos os salários pagos aos trabalhadores, recuou 1,2% na comparação com junho e 7,7% em relação a julho de 2013. Entre os sete setores pesquisados, os setores têxtil e de vestuário apresentaram melhor resultado.

Saindo da crise

Apesar de alguns índices ainda apresentarem queda, a indústria cearense pode estar saindo da crise, segundo avalia Muchale. Em anos anteriores, diz, quando a produção industrial cai, o primeiro índice que volta a apresentar crescimento é o faturamento real, como ocorrido em julho.

"Com o aumento das vendas e a diminuição do estoque, os industriais começam a investir em aumento da capacidade produtiva. Resta saber se essa expansão chegará ao mercado de trabalho (com mais contratações) já no terceiro trimestre ou só em 2015", afirma Muchale.

g

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.