Exportação e construção devem liderar retomada

Economista disse que a conjuntura econômica do País se aplica à realidade do Ceará, de uma leve recuperação

Escrito por Fernanda Cavalli* - Repórter ,

São Paulo. Exportação, infraestrutura e construção civil são os três setores que devem liderar a retomada da economia do Brasil, como analisou o economista Eduardo Giannetti, durante painel da 36ª Convenção ABAD do Canal Indireto, realizado ontem (09), na cidade de São Paulo. Com o tema "Reconstruindo o Brasil - Uma Visão Institucional e Econômica", o painel contou com a presença dos cearenses José do Egito, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), e Honório Pinheiro, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A feira faz parte do Encontro Nacional da Cadeia de Abastecimento (Enacab).

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Giannetti ressaltou que a atual conjuntura econômica do País se aplica a realidade do Ceará, de uma leve recuperação, após um período de recessão. "Sem dúvidas, essa é uma realidade geral. A economia brasileira não varia por estados, mas por setores, alguns setores foram mais atingidos do que outros. Um que foi particularmente afetado foi o de bens de consumo duráveis, como são produtos de maior valor, os consumidores naturalmente retraíram", afirmou.

'Eficiência e inovação'

A receita para os empreendedores passarem por esse período, segundo conta Giannetti, é "eficiência e inovação". De acordo com o economista, o empresário deve realizar promoções atrativas, apresentar inovações aos consumidores, procurando nichos de mercado pouco explorados. "Inovar quer dizer o que? Fazer o que ninguém está fazendo, a inovação é o diferencial. O empresário deve estar olhando sempre com muita atenção para as oportunidades que o mercado dinâmico apresenta", ressaltou.

Elementos

Para Giannetti, a economia brasileira, nos últimos meses, apresentou uma "melhoria visível, no nível de competência e responsabilidade". Em sua análise, existem três elementos que podem reverter a atual conjuntura, que indicam um futuro melhor para o Brasil: a inflação em queda, o ajuste das contas externas e a ociosidade, que conta com uma grande quantidade de capital físico (maquinas e equipamentos) e humano (pessoas desempregadas) inativo, disponíveis para aumentar o rendimento do País.

"Eu acho que o crescimento da economia, do ano que vem, realisticamente, deve ficar em torno de 2%, em relação a 2016. Eu estou falando do PIB (Produto Interno Bruto).

O pior da crise já passou, mas uma recuperação plena, um momento de exuberância como nós vivemos há poucos anos, embora em bases falsas, vai demorar algum tempo para voltar", analisou o economista enfatizando que se não houver nenhum "acidente de percurso" na política do País, o próximo ano já mostrará uma recuperação gradual da economia, uma volta à normalidade.

"Algum tempo atrás eu dava palestras e as pessoas me perguntavam: 'Está vendo a luz no fim do túnel?', e eu costumava brincar, 'Não estou vendo nem o túnel'. Agora eu vejo uma luz no fim do túnel, e eu acho que a gente está caminhando para um período de recuperação", concluiu otimista.

*A jornalista viajou a convite da Abad

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