Estado ganha 70 mil novas casas em um ano

O número de imóveis próprios aumentou 6,66% em 2013, chegando a 1,92 milhão de unidades

Escrito por Redação ,
Legenda: Minha Casa, Minha Vida contribuiu para aumento no Ceará, diz Sinduscon
Foto: FOTO: TUNO VIEIRA

Rio/Fortaleza. Em um ano, o número total de domicílios no Ceará ganhou cerca de 70 mil novas unidades, indo de 2,59 milhões de habitações em 2012 para 2,66 milhões em 2013, representando um crescimento de 2,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do total de imóveis pesquisados no Estado, 1,92 milhão é de unidades próprias, um crescimento de 6,66% em relação a 2012.

Na região Nordeste, a quantidade da habitações cresceu 2,33% em 2013, indo de 16,7 milhões de domicílios em 2012 para 17,09 milhões no ano passado, de acordo com o IBGE. O número de imóveis próprios na região cresceu 1,08% no período, chegando a 12,99 milhões de unidades em 2013. Os imóveis alugados no Nordeste totalizaram 2,7 milhões no passado, dos quais, 18,1% estavam concentrados no Ceará (490 mil).

Crescimento real

Apesar de animadores, os dados relativos à habitação no Ceará não correspondem à produção do setor, de acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Ceará (Secovi-CE), Sérgio Porto. "Somente Fortaleza, que representa metade (da produção) do Estado, entrega por ano, em média, 7 ou 8 mil residências", compara.

Já o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, avalia positivamente os índices do Estado, que, segundo ele, são equivalentes ao crescimento da construção civil ao ano. "Nosso setor cresceu cerca de 3%, impulsionado principalmente pelo Minha Casa, Minha Vida, e essa é uma tendência que deve continuar, devido à demanda reprimida que temos", explica Montenegro.

Norte cresce mais

No País, o total de domicílios alcançou, em 2013, cerca de 65,1 milhões, segundo o IBGE. O número aponta para continuidade de alta em comparação ao ano anterior. Por regiões, o maior crescimento percentual foi registrado no Norte (3,2 %) e Centro-Oeste (2,9 %), enquanto o Sudeste teve a menor expansão (1,5%). O IBGE destacou, porém, que em termos absolutos, as regiões Sudeste e Nordeste apresentaram maior aumento, com 431,3 mil unidades e 381,6 mil, respectivamente. Do universo de domicílios ocupados em 2013, 74,5%, eram próprios, e 17,9% eram alugados.

A Pnad apontou, ainda, o crescimento de 5,7% no número de domicílios em aquisição no período entre 2012 e 2013. Para esse indicador, a estimativa da pesquisa é de aumento absoluto de quase 178 mil unidades.

De acordo com o IBGE, o indicador de domicílio em aquisição corresponde aos imóveis próprios, mas que ainda estavam sendo pagos na semana de referência da pesquisa -na prática, são financiados. Para a Pnad 2013, foram ouvidas 362.555 pessoas em todo o País.

Cresce acesso a serviços básicos

Os cearenses passaram a ter maior acesso, em 2013, a serviços básicos como saneamento, abastecimento de água, luz e telefone, bem como à coleta de lixo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 2,66 milhões de domicílios foram beneficiados com esses serviços em 2013 - 71 mil a mais em comparação do ano anterior eram 2,50 milhões de lares cearenses.

O número de domicílios atendidos pela rede geral de abastecimento de água no Ceará cresceu 3,35% entre 2012 e 2013, passando de 2,02 milhões para 2,09 milhões. Conforme a PNAD 2013, o percentual de domicílios cearenses beneficiados com o acesso à água encanada fornecida pela Cagece correspondeu no ano passado a 78,7% das unidades domiciliares no Estado, superando o índice de 78,2% registrado em 2012.

A proporção de domicílios que passaram a dispor do serviço de rede coletora de esgoto também cresceu no mesmo período, de 966 mil para um milhão de domicílio, revelando uma aumento de 4%. Em termos relativos, a alta foi de 0,5 ponto percentual, com a proporção de unidades atendidas por esse serviço passando de 37,3% para os atuais 37,8%.

A pesquisa indica também o crescimento de 27% no número de domicílios com fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto entre 2012 e 2013, com 130 mil domicílios atendidos no ano passado contra 102 mil no ano anterior. Enquanto em 2012 3,9% dos lares cearense utilizavam esse tipo de recurso, no ano passado 4,9% adotavam fossa séptica ligada a rede coletora de esgoto.

Coleta de lixo e iluminação

O acesso das residências do Ceará à coleta de lixo ampliou em 7,2% de 2012 a 2013. Nesse período, o total de lares atendidos por esse serviço passou de 1,96 milhão para 2,1 milhões. Proporcionalmente, o aumento foi de 3,3 pontos percentuais, de 75,7% para 79% dos domicílios atendidos em 2013.

No quesito iluminação elétrica, o número de domicílios cearenses atendidos pelo serviço atingiu 99,7% da população no ano passado, totalizando 2,65 milhões de residência com luz elétrica. Em 2012, o percentual de lares atendidos no Estado por esse serviço era de 99,6% ou 2,58 milhões de residências.

Mais domicílios possuem veículos

Fortaleza/Rio A proporção de domicílios cearenses com pelo menos um automóvel passou de 20,69%, em 2012, para 22,6% em 2013, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 603 mil residências do Ceará possuíam carro em 2013. Já entre as motocicletas, a fatia de domicílios permaneceu praticamente estável em 30,3%.

Em todo o País, houve expansão de 4,8% no número de casas e apartamentos em que ao menos um morador possuía carro. O destaque entre as regiões foi novamente o Nordeste, com alta de 9,5%. Para Renato Meirelles, presidente do Data Popular, o avanço no número de automóveis se deu através, entre outros fatores, do incentivo dado pelo governo para a indústria automobilística. Além disso, destaca, as deficiências históricas do transporte público nos grandes centros estimularam a criação de um mercado de carros usados nas classes C e D.

Para o autônomo Josielio Martins da Silva, de 33 anos, adquirir uma moto em 2013 significou muito mais do que maior comodidade. Ex-funcionário de um pet shop, Silva trabalha há cerca de três anos prestando serviços de banho e tosa em domicílio, deslocando-se diariamente à casa dos clientes.

Antes de comprar a moto, o autônomo, morador do bairro Pio XII, utilizava uma bicicleta, a qual, embora demandasse menos custos, tornava pouco viável o atendimento a clientes que residiam em bairros distantes.

Otimização

A aquisição da moto, conta, possibilitou atender a um número maior de clientes em menos tempo. Ele acrescenta que optou por comprar o veículo à vista, após poupar R$ 6 mil, para evitar pagar os juros da compra parcelada. Hoje, o empresário fatura, por mês, de R$ 800 a R$ 1.300 - bem mais do que recebia no antigo emprego. Diante do aumento da renda e do sucesso do empreendimento, o autônomo tem agora como meta criar o próprio pet shop.

PROTAGONISTA

Aluguel equivale a 35% da renda familiar

Jucilene Melo, 47 anos, é doméstica e sustenta com o salário de aproximadamente R$ 1.000 dois filhos e uma neta. "O aluguel da minha casa é um dos maiores gastos, R$350, consumindo boa parte do salário", afirma. A Doméstica ainda paga conta de luz, água, e alimentação para toda a família. O salário de Jucilene é a única fonte de renda da casa, por isso muitas vezes o dinheiro é insuficiente para todas as despesas, fazendo com que ela procure diárias extras. "No emprego atual, trabalho oito horas diárias", destaca.

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