Eletros quer vender mais de 18,1 mi de unidades

Os televisores estão entre os artigos que registraram maior crescimento nas vendas deste ano

Escrito por Redação ,
Legenda: A feira de negócios e tecnologia Eletrolar Show deste ano, que segue até a próxima quinta-feira (18), deve reunir 30 mil executivos, 150 redes varejistas do Brasil e apresentar mais de 10 mil produtos

O Natal, a confiança na economia e o aumento do consumo na região Nordeste são as principais apostas da indústria de eletrodomésticos linha branca para reverter a queda de 5% registrada pelo setor nos primeiros seis meses do ano, ante o primeiro semestre de 2013, segundo afirmou ontem o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletrodomésticos (Eletros), Lourival Kiçula, que disse esperar superar os 18,1 milhões de unidades vendidas em todo o ano passado.

Depois de figurar como principal mercado em expansão do País devido ao aumento do poder aquisitivo das camadas mais baixas e também à carência dessa classe por determinados produtos, o Nordeste, conforme analisa o executivo "está crescendo ainda e deve continuar assim". Na avaliação feita por ele na abertura da feira de negócios e tecnologia Eletrolar Show 2014, a falta de penetração de alguns itens é o principal motivo de a região permanecer como um mercado ascendente para o setor.

"O que temos de fazer é possibilitar e facilitar ainda mais a aquisição deles", declarou referindo-se à manutenção das taxas do Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) aplicadas sobre o fogões (4%), lavadores automáticas (10%), tanquinhos (5%) e refrigeradores (15%) ­- que compõem a linha branca.

Sem citar números, Kiçula admitiu um abalo nas finanças devido ao aumento da inflação nos últimos meses e, como outras indústrias, também despejou sobre os feriados e a Copa do Mundo a responsabilidade da queda na produção e no faturamento nos primeiros seis meses do ano. Porém, disse acreditar que "a conta não deve fechar no negativo para os eletros" em 2014. "O que acontece em ano de Copa é que a sazonalidade é invertida para 60% no primeiro semestre e 40% no segundo. Isso é histórico e esse ano não foi diferente".

Perguntado sobre as demandas do setor diante das especulações econômicas que rondam o período eleitoral, o presidente da Eletros declarou que "todos os candidatos conhecem os pleitos deles" e garantiu que "não vê clima de aumento de IPI nos próximos anos".

Em alta

Entre as apostas dele para alavancar as vendas da linha branca no segundo semestre, o refrigerador de duas portas e as lavadoras modernas devem ser os principais. Porém, o que mais cresceu este ano foi a venda de TVs ao registrar, até julho, alta de 18%.

"Em junho e julho já caiu um pouco, mas acredito que devemos fechar o ano com mais de 15 milhões de unidades vendidas", disse Kiçula. Além das TVs, apenas o micro-ondas obteve alta de dois dígitos no primeiro semestre do ano, ao registrar 4,2 milhões de produtos vendidos e um incremento sobre 2013 de 13%.

Importações atrapalham

Como todo industrial brasileiro, Kiçula contou que a preocupação atual do setor de eletros deve-se à concorrência com importados, principalmente no segmento que reúne produtos de pequeno porte.

"Os eletroportáteis vêm sofrendo dificuldades por conta das importações. O liquidificador, até que a indústria nacional compete bem, mas na seção de food service, que há facilidade de importar e distribuir, está difícil", lamenta Kiçula. O chamado food service deve-se à máquinas que facilitam a feitura de comidas mais sofisticadas.

Mais variedade e expansão

Responsável por reunir 30 mil executivos, 150 redes varejistas do País apresentar mais de 10 mil produtos, a Eletrolar Show deve ampliar sua articulação com o mercado no ano que vem, pelo que prometeu o diretor do grupo, Carlos Clur. "A feira do próximo ano terá como novidade os compradores de toda a América do Sul para que o evento passe a ser um encontro internacional", argumentou.

Já sobre a Eletrolar deste ano, que vai até a próxima quinta-feira (18), Clur contou da menor participação de representantes da linha branca devido à mudança de data da feira (geralmente é em julho, mas foi remarcada por conta da Copa do Mundo) e destacou a participação crescente das empresas de tecnologia.

Armando de Oliveira Lima*
Repórter

*O jornalista viajou a convite da Eletrolar Show

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