Diretor do BC se diz feliz com leitura da alta de juros

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com Tony Volpon, a mensagem da ata do Copom, do BC, foi que 'temos uma estratégia, que é levar a inflação para a meta, e temos confiança total'

Rio. O diretor para Assuntos Internacionais do Banco Central, Tony Volpon, disse nesta sexta-feira (12) que ficou feliz com a avaliação que parte do mercado fez da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, divulgada na última quinta-feira e que, segundo analistas, indicou que a postura da autoridade monetária será de manutenção do ciclo de alta de juros.

O diretor do BC afirmou que o Banco tem total confiança de que levará o País a atingir a meta de inflação ao final de 2016, de 4,5% no ano. A inflação em 12 meses até o último mês de maio esteve em 8,47%.

Volpon participou na manhã de ontem o encontro do Grupo dos Trinta, que reúne presidentes e ex-presidentes de bancos centrais do mundo, no hotel Copacabana Palace, no Rio.

O evento teve a presença do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que não falou com a imprensa, assim como o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi.

Questionado sobre o que achava de opiniões de que o BC estaria com postura "rocket", jargão que indica tendência de austeridade na política monetária com alta de juros, Volpon afirmou que esse tipo de análise o deixa feliz. "Isso me deixa feliz pessoalmente, porque indica que estamos chegando no lugar certo", disse.

"(A mensagem da ata foi que) Temos uma estratégia, que é levar a inflação para a meta, e temos confiança total que vamos fazer isso", completou.

Meta

Segundo o diretor do BC, colocar uma meta em um espaço de tempo tão curto faz com que as expectativas de inflação caiam e pressionem também para baixo o indicador oficial de preços.

Quando não há indicação no mercado de que não está havendo preocupação com o controle de inflação, os agentes econômicos já reajustam seus preços de antemão, num movimento que retroalimenta a própria inflação. "Se o BC tivesse definido uma data mais longe de convergência para meta, em 2017 e 2018, seria uma data tão longe que não influenciaria o comportamento dos agentes econômicos de hoje", disse. "Se o BC não tivesse definido a data em 2016, se fosse em 2017, a inflação estaria maior hoje", acrescentou.

Tony Volpon chegou a usar uma metáfora para explicar o trabalho do Banco Central. "É que nem quando a pessoa quer perder peso. Ela não planeja fazer dieta só no Natal e decide esperar para mudar o comportamento daqui 8, 9 meses. Por isso que acho que a decisão foi correta", afirmou.

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