Crédito ganha relevância em cenário de crise

Instituição destacou ser indispensável a utilização do FNE para investimentos na região Nordeste

Escrito por Redação ,
Legenda: A solenidade comemorou os 63 anos do banco e selou 10 anos do Agroamigo
Foto: FOTO: KID JÚNIOR

A importância da oferta de crédito a pequenos produtores e microempresários, principalmente em momento de crise financeira, foi um dos principais pontos destacados na solenidade de abertura do XXI Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento. De acordo com diretor de Administração e TI da instituição, Isaías Matos Dantas, o banco tem exercido um papel fundamental para o desenvolvimento da região Nordeste.

Ele destacou ser indispensável a utilização dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para os investimentos na região. Neste ano, o Governo encaminhou um Projeto de Emenda à Constituição (PEC 87) que retira 30% dos recursos anuais destinados pela União para os fundos constitucionais de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), do Norte (FNO) e do Centro-Oeste (FCO), por um período de nove anos, partindo de 2015 e indo até 2023.

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Solenidade

O evento teve início meia hora após o previsto e atrasou o restante da programação do dia. Com a presença do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Complexo Portuário do Pecém, poucas autoridades de peso optaram por acompanhar a abertura do evento - o próprio presidente do BNB, Marcos Holanda, foi acompanhar o ministro e deixou os trabalhos da solenidade para o diretor de administração e TI da instituição.

Além de comemorar os 63 anos da instituição, a solenidade celebrou os 10 anos do programa de microcrédito rural Agroamigo e selou um acordo de cooperação técnica entre BNB e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Entre as autoridades estavam o senador José Pimentel, o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, e o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado (Secitece), Inácio Arruda.

Agroamigo

Ressaltando a importância da concessão de crédito a pequenos produtores rurais, o diretor João Luiz Guarani, do Departamento de Financiamento e Proteção à Produção da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento, destacou que um milhão de pessoas não teriam outras oportunidades não fosse o acesso a programas de financiamento. "É um programa de inclusão que nos permitiu atingir a um grupo significativo, mas temos consciência de que devemos melhorar", reforçou.

Próximas metas

Entre os desafios destacados pelo diretor está a ampliação do público que pode ser beneficiado com os programas, como agricultores assentados da reforma agrária. Outro ponto levantado por ele é a necessidade de se estabelecer um novo marco para a assistência técnica para o desenvolvimento rural. "O desenvolvimento passa pela ampliação do conhecimento das pessoas, e temos ainda um déficit forte junto aos agricultores familiares", pontuou.

O Fórum reuniu autoridades políticas, acadêmicas e econômicas para realizar discussões sob o tema "O papel do banco de desenvolvimento na economia do século XXI". Pela manhã, ainda foram realizados debates sobre a inclusão social a partir do microcrédito e do empreendedorismo, além de painéis de debate sobre os desafios do setor de Ciência e Tecnologia no Estado e propostas da indústria sobre competitividade e inovação.

Yohanna Pinheiro
Repórter

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