Cortes são comuns no 1º semestre

Escrito por Redação ,

Para o analista de mercado de trabalho do Dieese, Ediran Teixeira, a redução do emprego formal nos cinco primeiros meses do ano não está localizada somente no Ceará. Além da sazonalidade inerente ao primeiro semestre, outros fatores impulsionam a redução de empregos. "A crise vem acompanhada da redução da capacidade de investimento. Como as empresas não investem, a produção reduz e deixam de contratar", explica.

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Ediran garante, porém, que não há tendência de desemprego no mercado local. "O PIB do Ceará continua crescendo, com uma previsão de 1% de expansão no ano. Ou seja, maior que o ano passado e acima da projeção do PIB do País. Não existem motivos para não contratar", diz.

Conforme o especialista, devido à crise, o comércio tem buscado preços menores para se manter competitivo. Nesse cenário, prevalecem os produtos chineses. "O aumento dos importados, que impacta na nossa balança comercial, se dá muito nesse campo, com a substituição dos produtos fabricados pela indústria nacional por mercadorias mais baratas", analisa Ediran, para quem esse é um "modelo desempregador", na medida em que "a indústria é uma grande fomentadora de renda".

Mas, segundo ele, "a expectativa é positiva para o segundo semestre, com o adiantamento das férias e do 13º", avalia.

Ranking

Sobre o ranking do Caged, Ediran Teixeira explica a performance dos municípios cearenses. "Apesar da queda grande de expectativa de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, com o fim da vinda da refinaria, a siderúrgica continua empregando, o comércio está ativo e o turismo está se aquecendo no momento. Sem falar na própria atividade do porto. Existe uma grande possibilidade no entorno de bens e serviços que permanecem aquecidos. E as empresas continuam apostando nesses polos, tanto nos serviços quanto na indústria".

Sobre a situação de Fortaleza, ele argumenta que "a redução no emprego formal está ligada às demissões no comércio, principalmente em março e abril. Porém, em junho, esse setor já retomou as contratações".

Ediran reconhece que, de janeiro a maio, não fossem os serviços, a situação do mercado de trabalho da Capital seria pior. "Isso em relação aos empregos, porque o faturamento do comércio continua em alta", assegura.

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