Contas de 22 estados e DF operam no vermelho

Escrito por Redação ,

São Paulo. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)mostra que as previdências do Distrito Federal e de 22 dos 26 estados operam no vermelho. Em apenas seis anos, entre 2009 e 2015, o rombo passou de R$ 49 bilhões para R$ 77 bilhões. Para pagar os aposentados, os estados usam o dinheiro do seu caixa. A parcela da receita comprometida com a Previdência, na média, subiu de 9,5% para 13 2%.

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Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul já gastam mais de 20% da receita com Previdência. Três fatores levaram à deterioração acelerada, explica um dos autores do trabalho, Claudio Hamilton Matos dos Santos, técnico de Planejamento e Pesquisa da área macroeconômica do Ipea. O primeiro deles até contraria outros levantamentos: o número de funcionários na ativa está caindo - o que leva à redução das pessoas que contribuem com a Previdência. Na média, a retração foi de 3,6% em sete anos. Mas, em alguns estados, foi bem maior porque os governadores tentam cortar despesas reduzindo a máquina pública. Por outro lado, ocorre uma aceleração nos pedidos de aposentadorias. O número de inativos cresceu 25% entre 2009 e 2015. Há estados em que o ritmo foi frenético. No Acre e Tocantins, o número de aposentados praticamente dobrou.

Reajustes

O terceiro fator foi pontual, mas nefasto: houve reajustes generalizados nos salários dos servidores, que foram repassados, em sua maioria, integralmente para os aposentados. Na tentativa de aliviar a crescente pressão sobre as contas, nos próximos dias os estados voltarão a procurar o governo para pedir o compartilhamento das contribuições. "Não vamos conseguir oferecer todos os serviços se a receita não aumentar", diz André Horta, presidente do Consórcio Nacional de Secretarias da Fazenda.

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