Construção civil: liberação de R$ 10 bi é 'primeiro passo'

Escrito por Redação ,
Legenda: A Caixa anunciou que irá liberar R$ 10 bilhões para a indústria da construção civil, o que gerou mais alívio para o setor
Foto: Foto: Kiko Silva

As perspectivas para o segundo semestre na construção civil foram alavancadas, na sexta-feira (22), com a liberação de um pacote de crédito de pelo menos R$ 10 bilhões para o setor pela Caixa Econômica. As construtoras já poderão contratar financiamentos a partir da próxima segunda-feira (25) tanto para a construção - desde que 20% das unidades estejam vendidas, o que cobriria o custo da obra - quanto para financiar potenciais compradores.

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De acordo com o vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antônio de Souza, os recursos virão de um mix de fontes, que inclui o retorno da carteira de habitação, captações da poupança FGTS e Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Ao ampliar os financiamentos para as construtoras, o banco tem como objetivo estimular o setor, cujo nível de atividade ainda se encontra muito abaixo do usual.

Na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, a medida é um primeiro passo para a retomada do crescimento da construção.

"Agora, (a perspectiva) está mais favorável. Não tínhamos o crédito para financiar obras porque as construtoras, na realidade, não são feitas para financiar. Esse pacote vai aliviar o caixa das empresas e nos dar mais esperança", pontua.

Antes do anúncio, o panorama até o final do ano para as indústrias da construção não era nem um pouco favorável, tanto por conta da queda das vendas de imóveis, como da falta de novos empreendimentos no período. Segundo o presidente, se nenhum plano para reversão do cenário tivesse sido apresentado, o setor poderia perder 20 mil postos de trabalho até o fim do ano somente no Ceará.

Ele admite que, com o anúncio do pacote, é possível que grande parte desses empregos sejam poupados. Conforme sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada na última quinta-feira (21), a desaceleração da construção perdeu fôlego em junho, mas continua havendo uma queda na atividade dos canteiros de obras, mesmo que em um ritmo menos agressivo, mostrando que o setor segue demitindo mais que contratando.

Soluções

De acordo com André Montenegro, muitas pessoas ainda têm medo de perder o emprego e, por conta disso, não querem se comprometer com a compra de um imóvel. "A gente está no meio de uma conjuntura nacional complicada, e está faltando crédito para o consumidor final. Existe um pessimismo, e as pessoas ficam reticentes. A resolução da crise política é o principal passo para reverter essa nossa situação", destaca o presidente do Sinduscon-CE. (YP)

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