Ceará: geração distribuída teve R$ 8 mi aplicados

Montante foi destinado a pelo menos 228 instalações desse tipo, gerando uma potência total de 1.104 Kw

Escrito por Redação ,

A geração distribuída de energia elétrica continua em expansão no Estado. São aproximadamente R$ 8 milhões investidos em pelo menos 228 instalações deste tipo, gerando uma potência de 1.104 Kw em 2016. A quantidade de projetos, segundo o presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), Armando Mendes de Abreu, poderá dobrar até o fim de 2017. Ele afirma que o segmento deverá crescer em média 50% ao ano. "É algo novo, há muitos investidores. Devido à crise e ao desemprego, há muitos técnicos no mercado querendo criar empresas", explica ele.

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De acordo com o presidente da Câmara Brasil-Portugal, é necessário criar uma agenda positiva e colocar as pessoas para conversar com a finalidade de prospectar negócios. "A energia é um dos principais setores da economia cearense. Hoje a geração distribuída está na moda. E nós temos recursos infinitos, como o sol e o vento", reitera Armando Mendes de Abreu.

Disseminação

Para ele, a Câmara Brasil-Portugal exerce um importante papel de disseminar a ideia de geração distribuída, realizando ações e dando opções de investimentos aos interessados.

"O mercado de energias renováveis vem sendo apontado como o futuro tanto para consumidores residenciais quanto empresariais", destaca.

Entraves

Ainda segundo Armando Mendes de Abreu, um dos grandes entraves do setor é o financiamento. Ele diz que apenas o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), através do FNE Sol, disponibiliza crédito, e mesmo assim, somente para pessoa jurídica.

Outro entrave que ele cita é o desconhecimento dos investidores da parte técnica da geração distribuída. Para resolver este problema, a CBP realiza periodicamente eventos para esclarecer e tirar dúvidas de assuntos jurídicos e técnicos do setor.

Elaboração dos planos

Mendes de Abreu também afirma que muitos planos de negócios para a geração distribuída são mal elaborados. Segundo ele, os projetos precisam estar de acordo com as necessidades do investidor e sinalizar questões técnicas específicas da geração de energia.

Novas regras

De acordo com a Resolução Normativa nº 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), define-se microgeração distribuída como sendo uma unidade ou central geradora com potência instalada de até 75 kW.

Já minigeração distribuída se refere a unidade ou central geradora com potência acima de 75 KW e menor ou igual 5.000 kW (5 MW) para fontes renováveis, exceto fontes hídricas que são até 3 MW.

Compartilhada

A Aneel criou ainda a figura da "geração compartilhada", possibilitando que diversos interessados se unam em um consórcio ou em uma cooperativa, instalem uma micro ou minigeração distribuída e utilizem a energia gerada para redução das faturas dos consorciados ou cooperados. "A Resolução Normativa é um grande avanço, apesar dela ainda não ser perfeita", explica Mendes de Abreu.

Estratégias

Já Marcelo Silva, gerente de negócios e projetos da Solier, ressalta a necessidade de traçar estratégias para o setor. "Desde a implementação da nova Resolução da Aneel, foi ampliado o leque de oportunidade para as energias renováveis. Nós temos que mostrar que tipo de modelo o cliente poderá escolher - solar, eólica, biomassa - e qual melhor tipo de soluções adotar tanto para casos empresariais como residenciais", explica.

Na região Nordeste, o estado do Ceará lidera no número de conexões de micro e minigeração de energia, seguido por Pernambuco (140) e pela Bahia (116). A atividade começou a se desenvolver no Estado entre os meses de julho e setembro de 2013, quando as primeiras cinco conexões foram instaladas em solo cearense.

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