Ceará foi o primeiro Estado do N/NE a investir na tecnologia

Novidade chegou a Tianguá, ainda em 2011, implantada por uma rede cearense de supermercados

Escrito por Redação ,
Legenda: Trabalho de colocar preços dos produtos em supermercados adquiriu muito mais agilidade após o uso da etiqueta eletrônica
Foto: Foto: Lucas de Menezes

O espírito inovador dos empresários cearenses fez com que o Estado fosse o primeiro das regiões Norte e Nordeste a investir em etiquetas eletrônicas. A novidade foi implantada no Ceará em 2011, numa unidade da rede Super Frangolândia, no município de Tianguá, na região da Ibiapaba. A solução também foi adotada em outras unidades da rede abertas em anos seguintes. No ano passado, por exemplo, duas novas lojas da empresa passaram a contar com as etiquetas eletrônicas: uma no bairro Monte Castelo e outra no Itaperi, ambas em Fortaleza.

A Seal Tecnologia - que há 24 anos atua no mercado de soluções dedicadas a processos de automação com código de barras, coletores de dados, redes sem fio e RFID (Radio Frequency Identification) - foi a responsável por implantar a solução nas últimas lojas citadas. O diretor do Super Frangolândia, José Ximenes, diz que tem orgulho de ser o primeiro empresário do setor no Norte e Nordeste a implantar o sistema.

Atualmente, a rede cearense conta com oito lojas em operação, sendo quatro com a tecnologia. No fim de outubro próximo, outra unidade será inaugurada no município de Eusébio, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

"É um negócio muito bom, porque o investimento dá satisfação ao cliente. Além da rapidez para alterar os preços, o sistema evita divergência nos valores das mercadorias e gera uma boa economia, principalmente, no que se refere ao consumo de bobinas de etiquetas de papel", reforça Ximenes.

Adesão das demais redes

O Super do Povo e o Cometa Supermercados também foram redes cearenses a investir nas etiquetas eletrônicas. A primeira empresa, por exemplo, adotou a tecnologia em 2012, na unidade do bairro Cambeba, em Fortaleza. Hoje, a solução já está na loja do bairro Serrinha, também na Capital, e fará parte da filial a ser aberta em Caucaia, na RMF, até o fim deste ano.

O gerente de Tecnologia da Informação (TI) da empresa, Waldecy Fialho Júnior, destaca as vantagens das etiquetas eletrônicas, dentre as quais estão a redução dos erros operacionais e a praticidade na hora de alterar os preços dos produtos.

"Numa campanha de aniversário ou Natal, sempre fazemos um encarte grande com muitos produtos em oferta. Imagine o trabalho que dava para digitar todos os códigos de barra, depois imprimir de 1.500 a 2 mil etiquetas de papel e colocar cada uma delas no lugar correto. Ainda mais numa loja como a da Dedé Brasil (Serrinha), com 2.200 m². Várias vezes, chegamos a abrir a loja com os funcionários trocando os preços. Antes, a gente gastava 1h30 para gerar 1.500 novas etiquetas de papel. Agora, alteramos a informação de 1.500 etiquetas eletrônicas em 12 segundos", ressalta.

As promoções na gôndola, lembra, nem sempre eram verificadas pelos consumidores. Isso por conta dos erros na impressão. Ao invés de utilizar o papel vermelho, geralmente os funcionários imprimiam o preço promocional no branco.

Destaque

De acordo com Ivan Chagas, gerente comercial representante de etiquetas eletrônicas da RR Etiquetas, que trabalha com essa ferramenta, o Estado é o que mais se destaque na adoção da tecnologia. "No Ceará a gente conseguiu vender mais, mas também temos clientes no Sul e no Centro-Oeste", conta. Chagas lembra ainda que, para os empresários, o retorno do investimento em etiquetas eletrônicas ocorre em cerca de dois anos e meio a três anos. Entretanto, explica, por causa dos preços ainda altos, não há uma maior adesão.

"Isso porque o custo é alto, há muito material importado. Na Europa, a adesão boa, mas, lá, chega a ser cinco vezes mais barata. O que falta é um preço mais competitivo", fala, acrescentando que "quem investe na tecnologia é quem tem uma cultura mais inovadora, que busca diferencial".

Solução é positiva para empresas e clientes

Preços corretos, visíveis e nos lugares certos. Isso é o mínimo que um cliente espera ao realizar suas compras em um supermercado. É o que ele precisa para pesquisar valores e decidir suas aquisições, conforme o seu orçamento, sem temer a surpresa de chegar ao caixa e encontrar um preço diferente daquele anunciado na gôndola.

E é justamente nesse aspecto que as etiquetas eletrônicas se destacam e começam a ganhar mais espaço nos supermercados mais inovares do País, trazendo também grandes benefícios para os empresários do segmento.

"Às vezes, nos supermercados com etiquetas de papel, a gente fica procurando os preços, que nem sempre estão bem organizados e no lugar correto. Com a etiqueta eletrônica, isso não ocorre. Ela fica bem visível, travada embaixo do produto, não tem problema. O consumidor sabe que o preço que está na gôndola é o que ele vai pagar no caixa. É um ganho de tempo e você consegue fazer isso com a loja em funcionamento, tornando possível a realização de promoções relâmpago", observa Ivan Chagas, gerente comercial representante de etiquetas eletrônicas da RR Etiquetas, umas das três grandes empresas que trabalham com a tecnologia no Brasil.

Mas, além dos benefícios que a etiqueta eletrônica dispõem para os clientes, também são muitas as vantagens que essa tecnologia oferece aos empresários. "O maior ganho é com a parte operacional", acrescenta.

Interatividade maior

Ele acredita que a lista de vantagens deve se estender nos próximos anos, a partir da aplicação de funcionalidades que atenderão diretamente ao novo perfil de consumidor que vem se formando no País: mais atentos, interessados no maior número de informações sobre o produto, deste composição até possibilidades de uso do item. Em um futuro não muito distante, as etiquetas eletrônicas deverão ser um componente essencial nas novas formas de interação entre supermercados e clientes.

"Daqui a dez, cinco anos, vai ter uma transformação grande na interação com o consumidor. A gente acredita que a experiência de ir ao supermercado seja mais interativa, que os consumidores tenham mais informação sobre o produto. As nossas etiquetas eletrônicas têm um recurso em que é possível, com o celular (colocado próximo à etiqueta), obter mais informações sobre o produto. Vai mudar bastante a forma como o consumidor interage com as lojas", projeta Ivan Chagas.

SAIBA MAIS

Lojas com etiquetas eletrônicas no ceará

Super Frangolândia

- BR-222 - Tiaguá

- Varjota - Fortaleza

- Monte Castelo - Fortaleza

- Itaperi - Fortaleza

- CE-040 - Eusébio (inauguração no fim de outubro próximo)

Super do Povo

- Cambeba - Fortaleza

- Serrinha - Fortaleza

- Jurema - Caucaia (inauguração até o fim deste ano)

Cometa Supermercados

- Cidade dos Funcionários - Fortaleza


(DM)

ARTE NEG 1

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.