Casa dos Ventos prevê R$ 1,2 bi em projetos para o CE

Empresa anunciou a venda de complexo eólico na divisa de Piauí com Pernambuco por mais de R$ 1,8 bilhão

Escrito por Redação ,
Legenda: A partir desta segunda-feira (18), empresa tentará emplacar em algum dos leilões de energia um projeto cearense, previsto para a Chapada do Araripe

Com o objetivo de acumular capital visando os próximos leilões de energia, a Casa dos Ventos, uma das maiores desenvolvedoras de projetos eólicos do País, anunciou nesta sexta-feira (15) a venda do complexo eólico Ventos do Araripe III para a Votorantim Energia e o fundo de pensão canadense CPPIB. O empreendimento, localizado na Chapada do Araripe, na divisa entre Piauí e Pernambuco, foi comercializado por um valor superior a R$ 1,8 bilhão. A empresa mira os três próximos leilões de contratação de energia, nos quais pode tentar emplacar dois projetos que estão em desenvolvimento no Ceará, que somam R$ 1,2 bilhão de investimento.

O complexo eólico Araripe II recebeu um aporte de R$ 1,8 bilhão e possui potência instalada de 359 megawatts (MW), suficiente para abastecer 400 residências. O valor exato da venda do complexo não foi informado.

"Nós já temos um relacionamento com a Votorantim Energia. Eles tem um pequeno parque no Piauí que haviam nos comprado em 2015. Esses parques (o recém-adquirido e o comprado em 2015) estão relativamente próximos. Existe uma sinergia nessa junção", explica o diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe.

"Um dos motivos para a venda foi essa sinergia com o comprador, e essa também é uma oportunidade de reciclar capital e ter recursos disponíveis para essa nova retomada de leilões", acrescenta ele.

Dois leilões de energia estão marcados para segunda-feira (18) e quarta-feira (20). No primeiro (A-4), o início do suprimento das usinas contratadas está previsto para janeiro de 2021. Já no leilão A-6, que acontece no dia 20, o início da geração é em janeiro de 2023. A Casa dos Ventos deve tentar aprovar em um dos leilões um projeto cearense na Chapada do Araripe, de cerca de 150 MW de capacidade e investimento de R$ 600 milhões.

"O leilão de segunda deve ser bem competitivo. Tem que ver o nível de competitividade a que o leilão vai chegar. A gente está focando mais em projetos do Rio Grande do Norte e da Bahia, que são um pouco mais competitivos", argumenta o diretor de novos negócios.

Após esses dois leilões, o governo irá realizar um terceiro, em abril do próximo ano, que também está nos planos da Casa dos Ventos. A empresa tem outro projeto relativamente maduro no Ceará: a fase II do complexo Ventos de Tianguá. A primeira parte do empreendimento havia sido vendida para o fundo de investimento britânico Actis em maio deste ano. "A fase I foi vendida, e nós temos uma expansão de áreas adquiridas e licenciadas para um leilão futuro, o que será realizado em abril ou algum no ano seguinte", projeta Araripe. O projeto teria capacidade de 130 MW e investimento estimado em R$ 600 milhões. Assim, os dois projetos que são hoje os mais concretos da Casa dos Ventos para o Ceará - na Chapada do Araripe e em Tianguá - somam cerca de R$ 1,2 bilhão.

Outros estados

Apesar de destacar as duas propostas para o Estado, o diretor de novos negócios da empresa confessa que outros locais tem se mostrados mais atrativos para a Casa dos Ventos. "O Ceará é o 4º colocado em número de projetos nossos para o futuro. Hoje, o maior número é para Bahia, Piauí e o Rio Grande do Norte".

"No Ceará, o recurso eólico está mais no litoral, e nós procuramos projetos de grande escala, de no mínimo 150 MW. Eles precisam de muita área e no litoral você já tem hotelaria, especulação imobiliária, casas de veraneio. Na Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte a magnitude das áreas no Interior são maiores", explica Araripe.

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