Agrícola segue contratando

Escrito por Redação ,
Legenda: O colhedor Amauri Silva conta que há mais de 20 anos trabalha em empresas agrícolas, que também empregam três de seus filhos
Foto: Foto: Fabiane de Paula

Com o início da colheita, começam as contratações de mão de obra temporária. Somente a Agrícola Famosa, que começou a colheita com 7,8 mil trabalhadores, espera empregar, a partir do pico da safra, no final de setembro, cerca de 9,5 mil vagas, número que deve se manter até o início de 2017, número 16% superior ao do ano passado. Desde total, 80% das vagas são destinadas à colheita de melão.

>Seca tem preocupado produtores locais

A realidade no Estado, porém, é de queda na geração de postos de trabalho neste ano, em decorrência da seca. "Os números do IBGE apontam para redução da área plantada e já se fala muito em uma redução de vagas no vale do Jaguaribe, de 5 mil vagas", diz o diretor técnico do Instituto Frutal, Erildo Pontes.

Com a exploração de novas terras, a Agrícola Famosa tem conseguido manter o crescimento da produção e da demanda por mão de obra. Mas em vez de demitir trabalhadores das áreas afetadas pela seca e recontratar para as novas áreas, a empresa decidiu remanejar seus funcionários. "Como nós temos 19 fazendas, buscamos realocar os funcionários, evitando fazer cortes e chamar pessoas de fora", comenta Marcellus Fernandes, atendente de exportação da Agrícola Famosa.

Impacto social

Nos últimos anos, a produção de melão mudou a realidade dos moradores das regiões produtoras, afirma Erildo Pontes. "A agricultura irrigada consegue pagar ao trabalhador um valor digno. Na região de Russas, Limoeiro do Norte e Quixeré, por exemplo, é possível ver que o perfil de muitas famílias foi modificado, por isso esse setor é tão importante para o Estado", ele diz. Estima-se que para cada emprego direto, o setor gere três indiretos.

É comum que as lavouras de melão sejam responsáveis por empregar vários membros de uma mesma família. O colhedor Amauri Luís da Silva conta que há mais de 20 anos trabalha em empresas agrícolas da região, que também empregam três de seus filhos. "Trabalhei sete safras na Maísa (grupo agroindustrial pioneiro na produção de melão na região) e já estou há 12 safras na Agrícola (Famosa)".

"O melão representa muito para a gente. O emprego está difícil, e o setor onde tem mais oferta é na agropecuária. Meu filho mais velho, de 27 anos, já está na oitava safra, o de 24 na quinta cinco, e o de 22 anos está com quatro safras", diz. 

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