Ação questiona alta em valor de alvará

Justiça determinou um prazo de dez dias para que Câmara e Município se manifestem sobre novos valores

Escrito por Redação ,

Diante da alteração no Código Tributário do Município de Fortaleza, aprovado em novembro de 2017, os valores dos alvarás de construção civil, que versam sobre funcionamento e licenciamento ambiental, aumentaram e passaram a valer a partir de fevereiro deste ano. No entanto, uma Ação Popular foi proposta no último dia 16 de março questionando as razões sobre o aumento. A Justiça determinou um prazo de dez dias para que Câmara e o Município de Fortaleza se manifestem sobre os novos valores. Após a manifestação, deve ser analisado o pedido de liminar. Caso acatado será suspenso o ato de instauração da Comissão Especial e consequentemente a lei. A Prefeitura de Fortaleza informou apenas que desconhece totalmente a ação.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-CE) também estuda entrar na Justiça. A entidade objetiva uma medida judicial para buscar reconhecimento da inconstitucionalidade da lei e pretende ainda acionar o Ministério Público.

Proposição

A Ação Popular foi proposta pelo advogado e empreendedor, Rodrigo Nóbrega, que aponta que o projeto foi aprovado em tempo recorde e sem a participação popular. "Esse projeto tramitou em questão de dias e trouxe valores desproporcionais aos alvarás. Por isso, apresentei uma ação popular com pedido de liminar e o Juiz verificou legitimidade no que foi alegado, solicitando no prazo de dez dias uma posição dos órgãos envolvidos", explica.

Com a alteração do Código Tributário em vigor, na nova regra, os estabelecimentos com 200 metros quadrados (m²), por exemplo, deverão pagar à Prefeitura o valor de R$ 1.270. O valor cobrado anteriormente era de R$ 417,45. Nóbrega também questionou sobre a criação de uma Comissão Especial que, "em apenas uma reunião", decidiu sobre o aumento. "Se já existe a Comissão de Orçamento e Finanças, qual o interesse em criar uma Comissão Especial para analisar o projeto de lei?".

O advogado considera ainda os valores "abusivos e arbitrários", o que compromete o empreendedorismo do fortalezense, que acaba buscando essa alternativa pela falta de emprego.

"Nesta ação a gente aponta dois questionamentos. O primeiro dele é este ato de instauração da comissão especial que analisou o projeto.

O segundo questionamento é a velocidade com que o projeto foi aprovado. A gente pede dessa forma a anulação do processo legislativo. Anulando isso, nós vamos revogar a lei. Além disso o ato viola vários princípios", completa.

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