Acabamento responde por até 60% do custo da obra

Escrito por Redação ,
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A estimativa informada pelo Sinduscon/CE é feita com base na experiência de mercado

Cerâmica, louças, tintas, texturas, lustres, torneiras, fechaduras. A fase de acabamento das obras de construção e reforma de imóveis é sempre um momento que pesa no bolso de proprietários e construtoras. De acordo com o padrão do imóvel e com o gosto do dono, o gasto com materiais para finalizar o trabalho chega a representar até 60% do valor da construção. Segundo o vice-presidente da área imobiliária do Sinduscon/CE, André Montenegro, o cálculo é apenas uma estimativa, com base na experiência de mercado. ´Depende muito da obra. Quanto mais sofisticada ela for, maior será o peso do acabamento no custo total. Num imóvel de luxo, o valor desembolsado para o acabamento corresponde em torno 60%. Os 40% restantes são gastos na estrutura. Já em imóveis voltados a classe média, metade do custo (50%) costuma ser desembolsado para o acabamento e o restante (50%) com a estrutura´, avalia.

Numa moradia popular, conforme o gerente de vendas da Acal Home Center, Júlio Freire, a proporção é bem diferente. O acabamento pode pesar bem menos em construções populares, chegando a 30% do custo total. Nesse caso, 70% do investimento se concentra na fase estrutural da obra. Vai depender basicamente do gosto e das condições do cliente. ´Aqui mesmo na loja, eu tenho bacia sanitária custando a partir de R$ 116 e outro modelo que chega a R$ 3 mil. Uma torneira mais simples sai por R$ 46,00. Mas o cliente pode optar por um misturador, que mescla água fria e quente, e custa R$ 3.500,00´, explica.

Segundo André Montenegro, nos últimos meses, devido a redução do IPI, produtos que muito pesam no acabamento, como pisos e louças sanitárias, ficaram mais baratos, mas o benefício não chegou a ser aproveitado por todos. Outro item que mais baixou o preço foi o cimento, que é gasto em todas as fases da construção. ´Pena que essa desoneração teve curto prazo e só algumas obras aproveitaram. Foi uma medida imediatista, que beneficiou somente quem estava na fase de acabamento no período de vigência dessa medida. Quem começou a obra agora e só fará o acabamento no próximo ano não terá preços reduzidos, a não ser que a redução do IPI seja prorrogada´, pondera. Se depender da mobilização do segmento, o imposto continuará reduzido. ´Estamos tentando com a Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e com os fabricantes, que o governo federal se sensibilize e prolongue a medida´.

Vendas de materiais

Para a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), o crescimento das vendas de material de construção por três meses consecutivos (março, abril e maio), depois da queda em janeiro e fevereiro, demonstra a recuperação das vendas do setor. ´Estes números são muito importantes para o setor, se levarmos em conta que iniciamos o ano com queda de 12% nas vendas em janeiro e fevereiro. Em março, abril e maio tivemos crescimento constante e isto nos permite segurança em afirmar que poderemos fechar 2009 com crescimento de 5% sobre 2008´, projeta o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.

No acumulado do ano, na comparação com o mesmo período de 2008, a variação nas vendas foi de 0%. ´Mantivemos os mesmos índices, mas consideramos este dado muito positivo, visto que no ano passado tivemos recorde de faturamento, correspondente a R$ 43,23 bilhões, 9,5% a mais que em 2007´, afirma Conz. Segundo a entidade, nos meses de abril e maio, com a redução do IPI incidente sobre 30 itens do setor, produtos como o cimento, tinta e cerâmica tiveram redução média nos preços de 8,5%.

CRÉDITO
BB lança pacote para ganhar espaço na habitação

Brasília. Tentando ganhar espaço no mercado imobiliário, onde ainda tem participação reduzida, o Banco do Brasil lançou ontem um pacote de medidas para aumentar prazos e limites e baratear o financiamento para a compra da casa própria.

Com a medida, o banco passa a oferecer crédito para pagamento em até 30 anos, prazo já praticado pelos concorrentes Caixa Econômica Federal, Bradesco e Santander. O limite anterior era de 25 anos.

Valor financiado

Além do prazo maior, o limite do valor do imóvel que pode ser financiado pelo BB aumentou de 80% para 90%. O juro também foi cortado. No financiamento pós-fixado para a compra de imóveis com valor superior a R$ 500 mil, por exemplo, a taxa caiu de 12% para 11%, mais TR. Nas operações prefixadas, a taxa recuou de 15,08% para 13%.

´É um movimento 100% de mercado, tanto que não está sendo feito apenas pelo BB´, explicou o vice-presidente de cartões e novos negócios de varejo, Paulo Rogério Cafarelli. Atualmente, o banco opera carteira de R$ 300 milhões em financiamentos imobiliários, volume pequeno se comparado aos concorrentes que superam eram com bilhões.

R$ 1,5 bi em recursos

Com o pacote, o banco quer multiplicar o volume de crédito por cinco e chegar a R$ 1,5 bilhão até o fim do ano. ´E até 2012, queremos estar entre os três maiores do mercado imobiliário´, disse o executivo. Hoje, para atingir essa posição seria necessária carteira de pelo menos R$ 4 bilhões. O BB também anunciou que o prazo máximo para o financiamento para a compra de veículos aumentou de 60 para 72 meses.

Todas essas medidas vão em linha com a indicação dada pela Presidência da República que quer que bancos públicos desempenhem papel anti-cíclico em meio à crise. Há poucos dias, o banco aumentou o limite de crédito de 10 milhões de clientes em R$ 13 bilhões.

Ângela Cavalcante
Repórter
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