Abastecimento tem fluxo cortado pela metade

Nas bases de tancagem, previsão dos motoristas era que menos de 50% das viagens diárias fossem realizadas

Escrito por
Samuel Quintela - Repórter producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 01:16)
Legenda: No Porto do Mucuripe, viaturas e agentes da Guarda Municipal e da Polícia Militar faziam a segurança dos caminhões de reabastecimento Foto: Reinaldo Jorge

Após o governo federal voltar atrás e conceder alguns pontos que haviam sido exigidos pelos caminhoneiros, o abastecimento de combustível nos postos da Capital começou a voltar ao normal nessa segunda-feira (28). Se durante o domingo a polícia precisou escoltar alguns veículos, ontem, isso não foi necessário. No entanto, o fluxo ainda estava aquém do que é registrado diariamente nas bases de tancagem. A previsão era de que menos da metade do número de viagens fosse realizado pelos pontos de armazenamento localizados no Porto do Mucuripe.

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Na base da Petrobras, de onde saem, pelo menos, 200 caminhões por dia, era esperado que entre 70 e 80 viagens fossem completadas, na última segunda. A perspectiva era dos próprios funcionários do local, que preferiram não se identificar.

Já na base que abastece os postos da bandeira Shell, a expectativa era de que quase a metade do número diário de abastecimentos fosse feito, já que, do lado de fora, não existia mais bloqueios ou protestos que impedissem a entrada ou saída dos carros. Com movimentação livre no Porto do Mucuripe, e na cidade de Fortaleza, a estimativa era de que o abastecimento na Capital fosse restabelecido já nos próximos dias.

O grande problemas, segundo os motoristas de caminhão, era quando era preciso levar combustível para outras cidades. No interior, as barreiras ainda impedem o tráfego e a chegada dos veículos de abastecimento. Um dos profissionais ouvidos pela reportagem comentou que em algumas rodovias, como a BR-222, é praticamente impossível vencer o movimento grevista. A recomendação das administradoras dos postos, é de não gerar enfrentamentos.

Apoio

Para garantir a estabilidade e evitar qualquer ocorrência, oficiais do batalhão de choque da Polícia Militar, além de um grupo de operações especiais da Guarda Municipal, estavam acompanhando a movimentação no Porto do Mucuripe.

De acordo com o agentes da Guarda Municipal, a ordem era apenas assegurar a manutenção da ordem. Não havia necessidade de escoltar os caminhões de abastecimento. Os policiais militares afirmaram a mesma coisa, e que estavam ali apenas para evitar alguma ocorrência.

Realidade

Apesar da sensação de segurança ter aumentado, entre os motoristas, o clima não era de muito contentamento. Segundo eles, quem estava trabalhando ontem estava ali para garantir o emprego e o sustento da família.

Sem a ameaça dos empregadores para uma possível demissão, muitos afirmaram ter recebido um pedido "exigindo a presença" durante o expediente. Não fosse assim, todos estariam apoiando o movimento de paralisação que tem sido registrado em todo o País. "Se ninguém parar e exigir condições melhores, não tem como melhorar. Esses preços altos não afetam só a gente, mas toda a população brasileira", disse um dos motoristas.

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