Mãe e padrasto de Henry Borel vão participar de reprodução simulada da morte do garoto

O vereador Jairo Souza Santos e a professora Monique Medeiros devem apresentar aos peritos e aos policiais a versão deles sobre o que aconteceu no dia da morte da criança

Escrito por Redação ,
Henry Borel
Legenda: Os laudos de necropsia atestam que Henry sofreu hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente
Foto: reprodução

O vereador carioca Jairo Souza Santos, conhecido como Dr. Jairinho (Solidariedade), e a professora Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel, irão participar de uma reprodução simulada, nesta quinta-feira (1º), no apartamento onde moravam com a criança de 4 anos. 

O casal deve apresentar aos peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e aos policiais civis a versão dele sobre o que aconteceu no dia 8 de março, quando Henry deu entrada, morto, em um hospital no Rio de Janeiro. 

Para ajuda na reconstituição será utilizado um boneco - usado durante treinamentos do Corpo de Bombeiros - com o mesmo peso e altura de Henry. A ação está prevista para começar às 14h. As informações são do portal Uol. 

Boneco para simulação Corpo de Bombeiros
Legenda: Boneco que deve ser usado na reconstituição do caso
Foto: reprodução

Caso Henry

Na madrugada do dia 8, a criança foi levado já morta pelo casal a um hospital na Barra da Tijuca, com diversas lesões pelo corpo. Os laudos de necropsia atestam que Henry sofreu hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente.

De acordo com relatos do engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai do garoto, por volta de 19h20 do dia 7, ele deixou o filho com Monique. Em depoimento prestado pela professora na 16ª DP (Barra da Tijuca), ela contou que o filho chegou chorando e, como era de costume quando estava nervoso, vomitou.

Segundo relato do pai, a criança teria sido encontrada desacordada no próprio quarto após a mãe e o padastro ouvirem um barulho.

Henry foi levado ao hospital após ser achado pela mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e pelo namorado dela, o Dr. Jairinho. O menino chegou à unidade de saúde sem vida, com hemorragia e edemas. 

Agressões

Uma ex-namorada de Jairinho relatou, em depoimento, episódios de agressão. Segundo ela, a filha, que hoje é adolescente, foi agredida pelo vereador quando tinha 4 anos. A mulher afirmou que a menina ficava nervosa, chorava e vomitava ao ver o político.

Em áudio enviado ao pai de Henry Borel, a ex-namorada do vereador diz ter medo dele: "Hoje já se passaram quase... quase não, oito anos de tudo que aconteceu comigo. E eu nunca fiz nada, nem nunca procurei nada por medo. A verdade é essa. E esse medo, eu vou ser bem sincera, eu tenho até hoje".

Em entrevista ao Fantástico, o advogado de Dr. Jairinho, André França, rebateu as declarações da ex-namorada do vereador. "Jamais, jamais aconteceram [agressões]. Esses episódios teriam acontecido a mais de uma década atrás e sem qualquer testemunha. O que a gente está tentando demonstrar é, subjetivamente: o Jairinho não tem qualquer conduta violenta de agressão", disse o advogado.

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O programa da TV Globo divulgou também um depoimento prestado por uma ex-namorada de Jairinho que contou ter trocado mensagens com ele na madrugada da morte de Henry. Ela disse ter escrito para o parlamentar: "Estou cansada de você" e recebido como resposta, à 1h47, "Pelo amor de deus."

De acordo com o depoimento de Monique à Polícia Civil, foi por volta de 1h47 que ela e Jairinho resolveram sair da sala e continuar vendo uma série no quarto de hóspedes. Ainda conforme o Fantástico, a mulher que trocou mensagens com Jairinho no dia da morte de Henry disse que terminou relacionamento com o vereador em outubro do ano passado. Em janeiro, ainda segundo ela, o encontrou três vezes.

A mulher relatou que falava com frequência com Jairinho. Ela contou ainda que chegou a ficar com o vereador há cerca de um mês. A mulher admitiu que já houve brigas entre os dois, mas nega agressão física

Apreensões

A Polícia Civil afirmou que, na última sexta-feira (26), "agentes foram a quatro endereços ligados ao pai, à mãe e ao padrasto da vítima e apreenderam telefones celulares, que passarão por exame de perícia".

A força de Segurança disse ainda que o apartamento onde Henry foi encontrado desacordado está interditado para a realização de novas perícias e que "outras testemunhas prestarão depoimento na delegacia e as investigações continuam para esclarecer a morte do menino".

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