Casa dos licores será atração

Escrito por Redação ,
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Foto: DIVULGAÇÃO

A visita à Casa dos Licores, em Viçosa do Ceará, será um dos roteiros do Festival Mel, Chorinho e Cachaça

Viçosa do Ceará. Na rua Francisco Caldas da Silveira, 55, Centro de Viçosa do Ceará, os participantes do Festival Mel, Chorinho e Cachaça (acontece de 28 a 30 deste mês) terão um motivo especial para apreciar um dos atrativos da cozinha regional. São 54 sabores de licores, além de doces (40), bolos, petas e geleias também para os mais variados apetites, das feitas à base de cachaça à inusitadas preparadas com pétalas de rosa.

Visitando uma cidade com uma temperatura nesta época que pode chegar a menos de 20 graus, experimentar um licor preparado com chocolate, mel, vinho ou leite pode ser realmente uma grande opção de lazer e, claro, de perdição para o paladar. E tudo feito em dois fogões à lenha, com quase a mesma idade do casarão, 64 anos, e construído pelo mãos do próprio flautista e artesão Alfredo Miranda, 91 anos.

Tradição

Além de artesão e músico, Alfredo sempre trabalhou destilando cachaças em alambiques e quando se casou com Terezinha Mapurunga Miranda, 74 anos, a mistura estava completa. ‘‘Era tradicional naquele época em que eles namoravam a mulher preparar doces para visitas e parentes. O costume virou empresa pela necessidade de ter uma renda e hoje conservamos essa cultura da mesma maneira, simples e de qualidade inigualável’’, diz a filha mais velha Tereza Cristina, que ajuda no ofício de fazer e vender doces e licores.

Certamente uma das casas de licores e doces artesanais mais antigas que se conhece, com 40 anos de existência. E para dizer que não faltou nada, o pessoal da Casa dos Licores está preparando novidades para quem for visitar o local. Além das especiarias já conhecidas, a pessoa ainda poderá se deliciar um pouco com as novas geleias e biscoitos preparadas à base de cachaça, sem contar as petas feitas na chapa.

No casarão os visitantes vão ‘‘degustar’’ outro tipo de especiaria, a música, que vai saindo do pífano do flautista Alfredo Miranda, enquanto sua filha mais velha vai contando histórias dos pais que vivem juntos há 54 anos. Os doces feitos artesanalmente são cuidados agora pela filha, Tereza Cristina Mapurunga, mas a matriarca, Terezinha, continua dando seu toque especial em quase toda culinária típica do sertão.

Para apreciar um pouco da arte do músico Alfredo Miranda, o CD ‘‘Alfredo Miranda ao Pife’’, vem suave como licor caseiro, harmônico e doce. Produzido em parceria com a Laboratório de Estudos da Oralidade da Universidade Federal do Ceará (UFC), o CD traz 22 faixas, todas instrumental e coordenadas pelo professor e pesquisador Gilmar de Carvalho, sendo a maioria composições do próprio instrumentista e outras de domínio público.

A atração que Alfredo e dona Teresinha Mapurunga exercem nos visitantes não é a toa. Uma parceria que só podia resultar em um ambiente mágico. ‘‘Até as fotos que eles tiram hoje é a mesma pose de fotos tiradas há muitos anos’’, brinca a filha.

Ao longo do passeio pela casa, o visitante vai escutando a flauta de Miranda, tirando o Xote do Raimundo Pedroza, o Xote das Mães com letra da outra filha, Inês Miranda. Depois da prosa uma parada para apreciar cachaça envelhecida em barris da década de 70, especiaria desejada pelos produtores de cachaça mineiros, um dos produtos de maior qualidade do País. O instrumento que tornou Alfredo famoso também guarda um segredo da natureza, assim como os doces preparados com receitas e um toque todo especial da esposa.

O pífano, que é feito pelo próprio artesão, é tradição das tribos indígenas Taboca e Taquara e confeccionado a partir de madeira que só pode ser extraída da natureza nos meses do ano que não possuem a letra R, ou seja, em maio, junho, julho e agosto, e em noite de lua cheia. A razão? Nem seu Alfredo sabe dizer, apenas aprendeu dos antigos indígenas, avós e pais. ‘‘A certeza que ele tem é que a madeira retirada nessas condições não envelhece e dali se tira o som mais puro’’, conta Tereza Cristina.

Aécio Santiago
Repórter

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Programação

Dia 28/04 - ´Almoço no Casarão´; confraternização no final do ´Viçosa Histórica´; Casarão do Sr. Rubens.

Dia 29/04 - 2º Roteiro Turístico ´Trilhas da Ibiapaba´. Saída da Matriz de Viçosa com destino ao Parque Nacional de Ubajara, finalizando com um almoço panorâmico na pista de vôo livre Sítio do Bosco, Tianguá.

Dia 30/04 -´Alvorada Real´.

Mais informações:

Casa dos Licores

Francisco Caldas da Silveira, 55, Centro, Viçosa do Ceará
Aberto à visitação diariamente, das 8 às 18 horas