O que aconteceu, Governador?

A prioridade de Camilo e demais autoridades públicas deve ser proteger os estudantes, as famílias e os trabalhadores da educação.

Escrito por Ana Cristina Guilherme ,

Este texto é uma carta aberta ao Governador Camilo Santana (PT). Nos dirigimos ao principal líder político do Ceará para questionar: o que levou o senhor a autorizar o retorno das aulas presenciais nas escolas da educação básica no pior momento da pandemia de Covid?

Contrariando os estudos científicos mais recentes e as estatísticas oficiais, o Governo permitiu a volta do ensino na sede das escolas até o 9º ano. A medida pegou autoridades públicas de surpresa. A Undime-CE estranhou e as prefeituras disseram que não estavam preparadas - pelo menos 60 cidades do Ceará até final de abril, de acordo com levantamento da Fetamce, se colocaram contra o retorno das aulas presenciais.

O fato é: ninguém quer assumir o risco de mais adoecimentos, internações e mortes. Os serviços de saúde, públicos e privados, já estão estrangulados, e não há um só ser humano nesse estado que não esteja de luto. Diante de tudo disso, perguntamos novamente: O que aconteceu, Governador?

A sociedade civil também não aceitou a medida, os trabalhadores da educação de Fortaleza decidiram em assembleias não voltar às sedes das unidades de ensino enquanto não houver vacina para todos e mudanças estruturais nas escolas.

Ao invés de permitir que escolas voltem a funcionar nas condições epistemológica que estamos, o Governador deveria auxiliar as prefeituras a garantir o direito à educação no ensino remoto, através da disponibilização de equipamentos de informática e internet.

A prioridade de Camilo e demais autoridades públicas deve ser proteger os estudantes, as famílias e os trabalhadores da educação.

Governador, revogue essa medida. Vamos juntos trabalhar em alternativas que garantam a educação e a saúde de nosso povo. Faça como os estados de São Paulo, Espírito Santo e Paraná, que vacinarão professores e profissionais da educação entre abril e maio. Vamos juntos lutar pela imunização coletiva!

Ana Cristina Guilherme

Presidente do Sindicato Único de Trabalhadores da Educação do Ceará (Sindiute)

 

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