Jogada
Da dor da perda pela Covid-19 à sobrevivência e amor pelo Ceará; Seu Bibio inspira para 2022
Ele perdeu a esposa e escapou das garras da pandemia para ser homenageado pelo Vozão e continuar uma história de amor pelo futebol
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Do vazio extremo para o maior abraço do mundo. A história de Bibio Clementino, o Seu Bibio, tem como alicerce a acolhida. Em 2021, a dor mais forte em 68 anos de vida: despedida de Nielza, parceria por quatro décadas, para a Covid-19. “Entrei com ela, sai sozinho, mas recebi amor lá fora”, disse. Na vitória contra o vírus, a saudade eternizada e uma velha paixão: o Ceará Sporting Club.
As raízes pretas e brancas de um torcedor apaixonado desde 1969, agora residente em Juazeiro do Norte. Como um verdadeiro membro da família alvinegra, recebeu a mobilização do clube, ídolos desejando força e o luto atravessado com união. Hoje, vacinado com três doses, vive a gratidão.
“Quando tudo aconteceu, naquela tristeza, recebi uma mensagem do Vina. Me mandou uma camisa autografada, disse que eu ia conhecer o CT do Ceará quando tudo isso passasse. Também recebi presentes do Sérgio Alves, do Mota, do Magno Alves, e todo mundo aqui da região me reconhecia com a camisa do Ceará, me desejava força, Isso amorteceu a dor e sou muito grato por tudo”.
O apoio chegou por meio de uma reportagem da TV Verdes Mares Cariri, em março. Na época, Bibio estava deixando o hospital onde ficou internado com a doença. Do lado de fora, os filhos Anie e Thales Clementino foram suporte junto de amigos do Consulado Alvinegro de Juazeiro do Norte. No âmbito da empatia, o estender a mão também veio das torcidas rivais de Ferroviário e Fortaleza.
“No Consulado, me chamam de Vovô pela idade e a torcida pelo Ceará. A família é toda do Ceará, até o cachorro é preto e branco. Mas naquele momento, até as torcidas de Fortaleza e Ferroviário me acolheram, zero rivalidade. Fiquei admirado com a quantidade de mensagens de apoio”, relembra.
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Sonhos em 2022
O novo objetivo é caminhar para frente, em busca da luz do novo ciclo. Nas cicatrizes amenizadas pelo contato dos próximos, os sonhos de Bibio estão traçados com saúde, responsabilidade no enfrentamento da Covid-19, “com máscara sempre” e desejando mais uma história com o Ceará.
“Quero um mundo melhor, saúde para todos. Eu não saía de casa, mas agora meus filhos me levaram no Iguatu, andei também na Região Centro Sul, Sul, sempre com os cuidados. O meu sonho atual é conhecer o CT do Ceará, dar um abraço no Vina, no Sergio Alves, que foram importantes pra mim. Eu conheci o Ceará do passado e hoje vejo essa instituição gigante que virou”, declarou.
A distância de 400km entre Juazeiro do Norte e a capital cearense será rompida para a virada do ano. Uma aproximação com uma das maiores paixões na projeção dos capítulos que serão desenhadas em 2022. “Que seja um ano muito sagrado, tão bom que consiga maquiar 2021”, finalizou.
