Veja os principais destaques na literatura cearense em 2018
Apesar da crise sobre o mercado editorial, nomes e projetos a nível local receberam destaque no segmento
A palavra de ordem na literatura cearense em 2018 foi reconhecimento. Apesar de haver ainda muita gente boa a ser descoberta e trabalhos que merecem maior enfoque, foram muitos os escritores e escritoras reverenciados pelo talento com as palavras, em escalas local e nacional.
Feiras e eventos literários também se avolumaram, a exemplo dos saraus e festas inteiramente dedicadas ao segmento – como o Sarau da B1, que comemorou três anos de existência, e a Festa Literária da Associação Cearense de Escritores (FliAce), também no terceiro ano.
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Projetos e espaços de valorização da leitura igualmente continuaram a exercer influência na população da cidade. A Biblioteca Comunitária Livro Livre, no Curió, por exemplo, sedimentou-se cada vez mais como morada de trocas afetivas e literárias, e iniciativas como o Projeto Mala de Leitura, do professor Gilson Franco, promoveu maior acesso de crianças e jovens a histórias de toda ordem.
A nível nacional, vale mencionar ainda que grandes vultos de nossas letras serão homenageados no carnaval carioca 2019, tributo prestado pela Escola União da Ilha do Governador aos autores e autoras daqui. Tudo muito nobre.
Finaliza-se um ciclo, portanto, com um cenário de dimensões promissoras para o setor, abrindo margem para que, no próximo ano, cresça a resistência diante do que poderá acometer o campo da cultura e das artes e a esperança de que os fantasmas da crise no mercado editorial possam adormecer, quietos.
Abaixo, alguns nomes que ganharam repercussão no ano que já vai:
• Mailson Furtado: natural de Varjota, município no interior do Ceará, foi vencedor do Prêmio Jabuti nas categorias “Melhor Livro de Poesia” e “Livro do Ano”. A láurea, inclusive, conferiu enfoque nacional à literatura independente realizada no Estado.
• Angela Gutiérrez: a partir de votação realizada com unanimidade neste ano, será a primeira mulher presidente da Academia Cearense de Letras (ACL), em janeiro. Entrará no lugar de Ubiratan Aguiar.
• Ana Miranda: em outubro, recebeu o Título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará (UFC), um reconhecimento pela carreira de relevo da autora de “Desmundo” e “Boca do Inferno”.
• Ronaldo Correia de Brito: lançou “Dora sem véu”, considerado por muitos críticos como um dos melhores livros do ano. Além disso, comemorou 35 anos à frente do espetáculo “Baile do Menino Deus”, do qual é diretor e um dos idealizadores.
• E.K.Peterson: autor cearense conhecido apenas pelo pseudônimo, ganhou repercussão nacional por ter contos de horror entre os mais vendidos na plataforma online da Amazon. Uma das obras, “O Abraço”, chegou a superar em downloads autores como Stephen King.
• Horácio Dídimo: falecido em setembro, imortalizou a literatura cearense pelo legado incontornável que deixou para as letras do Estado. Ainda em vida, uma das últimas homenagens que recebeu foi o lançamento de uma coletânea abarcando sua produção. A iniciativa foi capitaneada por alunos do mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação dos cursos de Letras e Educação da UFC.
• “Leituras na Praça”: No último dia 10, em São Paulo, o projeto foi laureado pelo Prêmio IPL - Retratos da Leitura, na categoria Organizações Sociais Civis. A iniciativa é coordenada pela professora Maria Inês Cardoso, da UFC, e tem como característica a itinerância, propondo rodas de leitura coletiva em voz alta.