Égua agoniza no Centro de Milagres após espancamento
Maus-tratos a equídeos são frequentes no Cariri e entorno, segundo ativistas de proteção animal da região
Um caso de agressão a uma égua foi registrado na manhã desta segunda-feira (10), no Centro da cidade de Milagres, localizada a 475 km da capital cearense. Segundo moradores, o animal foi espancado por um cavaleiro, aparentemente embriagado e que não é o seu dono, após apresentar exaustão durante uma cavalgada.
A continuação do ataque foi impedida por populares que presenciaram a situação e foram ao socorro do equídeo. Em vídeo, moradores tentam cuidar da égua oferecendo água em um balde. É possível observar o cansaço do animal, que não consegue levantar. Localizado, o dono resgatou a égua com um reboque, levando-a para a fazenda.
Após presenciar o ocorrido, José Paulo Neto, estudante de medicina veterinária e fundador do grupo de proteção Amigos Protetores dos Animais de Rua (AMPAR), foi à Delegacia Municipal de Milagres para apresentar o caso, na tarde de ontem, mas não formalizou a denúncia. O ativista pretende registrar a ocorrência hoje após colher mais informações sobre o agressor, já que não houve flagrante.
Maus-tratos a animais
José Paulo caracteriza o fato como "lamentável" e diz que casos de agressão a animais são recorrentes em Milgres e na região do Cariri.
A diretora da Associação Protetora dos Animais do Cariri (APAC), Mariangela Bandeira, que também atua na localidade, reforça a denúncia. Segundo ela, são comuns os casos em que os donos desses animais exploram, espancam e depois abandonam o animal debilitado, que geralmente são usados para tração de carga.
Mariangela Bandeira relata o caso de um equídeo explorado que foi abandonado à beira de uma via e resgatado há cerca de duas semanas. O cavalo, que estava com câncer, sede, fome e apresentando muitos ferimentos pelo corpo, não resistiu aos danos.
A ativista reforça a importância da promoção de medidas que evitem maus-tratos como a lei do chicote, como é popularmente conhecida a lei municipal nº 4847 de Juazeiro do Norte, que proíbe o uso do "chicote Aguilhão ou qualquer outro tipo de instrumento que possa causar sofrimento ou dor ao animal por condutores de carroças de tração animal".
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— Diário do Nordeste (@diarioonline) 11 de dezembro de 2018