Agricultores se entusiasmam com chuvas e iniciam o plantio
Na região Centro-Sul do Ceará, em especial nos municípios de Cedro, Iguatu e Várzea Alegre, trabalhadores rurais já estão preparando a terra e fazendo o plantio das sementes do Programa Hora de Plantar, do Governo do Estado
As últimas chuvas deste mês deixaram a terra molhada em grande parte do sertão cearense, animando e renovando a esperança dos agricultores de que o inverno que se aproxima vai assegurar o plantio de sequeiro (aquele que depende exclusivamente das chuvas). No campo, os produtores preparam a terra e fazem o cultivo das áreas já aradadas.
No início de cada ano, a esperança do homem do campo se renova com a expectativa da chegada do inverno (quadra chuvosa entre fevereiro e maio). Após seis anos seguidos de chuvas irregulares e estiagem, o maior desejo dos agricultores cearenses é obter uma boa safra de grãos. Afinal, desde 2012 há frustração na colheita de milho, feijão e de outras culturas.
Em Icó, no Vale do Capim Pubo, onde houve precipitações e cheias de pequenas barragens, os produtores estão fazendo o cultivo dos grãos. "Tenho certeza de que vamos ter uma boa colheita", disse o agricultor, Mário Nunes. "Venho perdendo a plantação nos últimos anos por falta de água, mas estou confiante de que neste ano vai dar certo".
Na região Centro-Sul do Ceará, os agricultores já preparam a terra e fazem o plantio das sementes do Programa Hora de Plantar, do governo do Estado, em Cedro, Iguatu e Várzea Alegre. "Plantei um hectare de milho junto com feijão e acho que a chuva neste ano não vai faltar", mostrou esperança, o agricultor, Pedro Ribeiro, da localidade de Várzea Grande.
Em Várzea Alegre, a Secretaria de Agricultura fez o preparo de terra para atender a quase mil agricultores de base familiar. "Os agricultores estão animados", disse a secretária de Desenvolvimento Agrário e Econômico, Menésia Simião Leonardo. "Aqui, as chuvas chegam mais cedo".
Desde 2015, um grupo de agricultores decidiu fazer vazantes em pleno período chuvoso dentro da bacia do Açude Adauto Bezerra, no entorno da cidade de Pereiro. "É um risco a água chegar, cobrir a plantação e tudo se perder", reconhece o vazanteiro José Carlos de Souza. "Até hoje, tem dado certo. O açude continua seco. "Se a gente perder por água não tem problema", admite Deoclécio Batista.
Pereiro
Francisco Milton Carlos Bezerra plantou um hectare de milho e feijão na bacia do reservatório em Pereiro, no início deste mês. "Em 80 dias quero colher o milho e um pouco antes, o feijão", prevê. "Se chover muito e a água cobrir a plantação, não me arrependo, pois será bom para o abastecimento da cidade". Há cinco anos, Pereiro enfrenta uma das maiores crises de desabastecimento do interior do Ceará.