Vendedores da Cidade 2000 lucram até R$ 7 mil

Diversidade de opções de comida na Praça Central do bairro atrai clientes durante todas as noites

Escrito por Redação ,
Legenda: Veterano no espaço, Tio Roni vende de 140 a 150 espetos de churrasco por noite, acompanhados de arroz carreteiro, molho vinagrete e farofa
Foto: Fotos: Kléber A. Gonçalves

É difícil alguém já ter se rendido aos sabores da Praça Central do bairro Cidade 2000 sem ter experimentado o churrasco de Ronaldo Viana, 52. Se o nome não soa familiar, talvez seja porque todo mundo o conhece como Tio Roni. O vendedor está no local há cerca de 24 anos - nos cálculos dele - e é um dos cerca de 40 empreendedores cadastrados pela Prefeitura, que trabalham no local como permissionários.

LEIA MAIS

.Praças geram renda a 860 negócios e diversidade de opções aos clientes

.40 locais receberão ações do 'Tô na Praça'

.Feiras giram mais de R$ 3 milhões

A Praça da Cidade 2000 não para. Toda noite, geralmente a partir das 18h, é fácil encontrar vendedores formalizados e informais de diversos tipos de comida - do acarajé ao yakissoba, do bolo ao açaí - com carrinhos, trailers e barracas no espaço, juntas a mesas e cadeiras de plástico para os clientes. Quanto mais próximo fica do fim de semana e das 20h, mais movimentada se torna a praça. Os comerciantes do local chegam a lucrar até R$ 7 mil por mês.

"Aqui sempre foi movimentado", afirma Tio Roni, que há 24 anos trabalhava como vendedor do comércio, mas desistiu da atividade. "Era aquela onda de querer trabalhar por conta própria, e no comércio o lucro era lá embaixo", lembra. "Aqui na praça eu já fiz a minha clientela, e a cada dia pinta um cliente novo", comemora ele.

Rotina

Ronaldo Viana é uma espécie de personagem-símbolo da rotina da praça. Em uma quarta-feira à noite, vende tanto churrasco que mal consegue parar para dar entrevista. Entre brochete (contrafilé no sal grosso e bacon), mistão, frango e carne, vende de 140 a 150 unidades por noite, acompanhadas de arroz carreteiro, molho vinagrete e farofa.

Tio Roni diz que o faturamento chega a R$ 30 mil por mês, mas ele "só" lucra entre R$ 6 mil e R$ 7 mil, porque investe muito nas comidas que vende. "Geralmente eu folgo no domingo e na segunda. Trabalho no máximo quatro dias por semana", diz.

Diferentemente do Lago Jacarey, onde os permissionários se organizam em uma associação e pagam pessoas para realizar a limpeza da praça, na Cidade 2000 é cada um por si.

Ronaldo tentou formar uma associação para os comerciantes do local há cerca de cinco anos, mas a iniciativa não vingou por conta do desinteresse. "O pessoal não queria pagar nem R$ 10 para alguém recolher o lixo", lembra ele.

O vendedor também conta que nem todos que atuam no local são formalizados e cadastrados pela Prefeitura, mas diz que a fiscalização não deixa eles trabalharem por muito tempo. "Daqui a pouco vem alguém aqui e os tira daqui", afirma ele.

Novatos

Se Tio Roni já completou mais de duas décadas de atuação no local, há quem tenha acabado de entrar no disputado espaço da Praça Central. Airton Macêdo 47, vende yakissoba em um carrinho, junto ao irmão, Cláudio Macêdo, 55, desde o dia 1º de janeiro deste ano.

Antes, trabalhavam na praça Leonam Onofre, no mesmo bairro, mas o negócio ganhou força no novo espaço. "Lá a gente vendia uns 20 pratos por dia. Aqui, a gente vende de 50 a 60 por dia", afirma. Os preços de cada unidade variam entre R$ 10 e R$ 15.

Airton reconhece que os valores não são baratos, mas isso não assusta os clientes. Os dois vendem o prato chinês de domingo a domingo, e atingem um faturamento mensal que, segundo Airton, chega a R$ 15 mil. O lucro é a metade desse valor, R$ 7,5 mil. Airton e o irmão não estão com o negócio cadastrado pela Prefeitura e trabalham de forma itinerante na praça, mas eles almejam formalizar o negócio e se tornarem permissionários.

Oportunidade na crise

Assim como a Praça Central da Cidade 2000, a Praça Argentina Castelo Branco, no Bairro de Fátima, é um polo gastronômico crescente. Um total de 11 negócios cadastrados pela Prefeitura atuam no local. Dentre eles, vendem lanches na praça há nove meses o casal João Crisóstomo, 61 e Marlene Nogueira, 62.

Seu João era gerente de uma loja de uma rede de óticas. Chegou a abrir uma franquia da rede no Interior, em Camocim, mas a recessão econômica o forçou a vender a unidade. "A crise nos deu oportunidade para descobrir o nosso potencial e colocar para frente", diz dona Marlene.

A barraca começou vendendo apenas crepes. Nos primeiros meses, o faturamento ultrapassava os R$ 3 mil. Mas hoje o montante chega a no máximo R$ 2,5 mil. Os dois atribuem a queda ao aumento da concorrência no local. Para melhorar o resultado, estão apostando na diversificação dos lanches, e hoje também vendem itens como pizzas e sanduíches. (MV)

Gastronomia

Novos negócios

Os irmãos Airton, 47, e Cláudio Macêdo, 55, (foto acima) vendem yakissoba desde o dia 1° de janeiro deste ano, na Praça Central da Cidade 2000. Já o casal João Crisóstomo, 61, e Marlene Nogueira, 62, (foto abaixo) vende lanches na Praça Argentina Castelo Branco, no Bairro de Fátima, há nove meses.

Image-0-Artigo-2204496-1

Image-1-Artigo-2204496-1

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.