Vantagens competitivas são diferencial de Fortaleza

Escrito por Redação ,
Legenda: Estágio da administração é apontado como ponto forte para terminal cearense
Foto: FOTO: Fernanda Siebra

Estudos preliminares mostram que Fortaleza tende a ser uma candidata mais forte, mas serão vantagens competitivas suaves que deverão fazer a diferença na disputa por investimentos das companhias aéreas, avalia Alessandro Oliveira, especialista do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Entre elas, diferenças operacionais, de capacidade do aeroporto, do estágio da administração e do processo de privatização.

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"Os aeroportos que correrem mais rápido com todo esse procedimento vão ter vantagem. Entra também o Estado com algumas garantias", pontua. A concessão garante grande vantagem competitiva ao terminal cearense, segundo Oliveira. Mesmo que, embora o Aeroporto de Salvador também tenha sido concedido, o Pinto Martins se sobressairia por ter uma localização geográfica diferenciada, avalia.

Os voos da Air France em Fortaleza não prejudicariam um futuro hub da Latam, de acordo com fontes do setor ouvidas pela reportagem, porque neste equipamento será necessário um acordo de investimentos compartilhados entre o operador de aeroporto e a linha aérea.

O operador, no caso, a Fraport, não investiria no hub caso não houvesse um acordo de utilização da infraestrutura, sob o risco de a empresa aérea sair do aeroporto e deixar o prejuízo para o operador.

Experiências de fora

De acordo com a análise de Oliveira, a escolha de uma cidade como sede de um hub aéreo pode tanto ter um efeito atrativo, com outras empresas fazendo o mesmo, como também de dominância, afastando companhias aéreas concorrentes.

"Nos Estados Unidos, após a desregulamentação, cada empresa correu atrás de uma cidade. A American Airlines escolheu Dallas; a Continental, Houston; a Delta está em Atlanta", exemplifica.

O especialista pondera que, na regulação brasileira, não há empecilho para que uma companhia "domine" um aeroporto, como é o caso da Azul em Viracopos, em São Paulo.

"Só que Fortaleza não tem essa característica de dominância tão forte e nunca vai ter. Mesmo que a Latam a eleja futuramente como sede do hub, ela não vai conseguir implementar uma dominância muito alta", observa o especialista do ITA.

Uma outra fonte do setor comenta ainda que haveria espaço tanto para os voos extras da Air France como para o hub da Latam, dependendo da negociação entre as partes.

E por vir a ser um terminal privado, a Fraport terá muito mais liberdade para negociar e apresentar soluções caso a Latam venha mais tarde a escolher o terminal Pinto Martins como sede do hub do grupo no Nordeste.

Distribuição de voos

Fontes do segmento de aviação civil também destacam a ampliação de voos da Gol para atender a demanda da parceira Air France não se configurariam como um hub - modelo que vem sendo pensado pela Latam. Um hub é algo mais definitivo, validado com algum tipo de acordo de investimentos entre as partes, enquanto o início de alguns voos internacionais não tem sequer o compromisso de manutenção a longo prazo.

O que se tem, segundo fontes do setor, é um aumento da operação da Air France em parceria com a Gol, que poderá aproveitar isso para ter descontos do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível e até iniciar um plano de hub no futuro juntamente com o grupo francês. Mas isso ainda estaria longe, afirmam especialistas, uma vez que o equipamento exige um conjunto de investimentos. (YP)

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