Usina de Quixadá reduz o quadro de pessoal

Onze funcionários deixaram a usina na semana passada, entre terceirizados, que foram demitidos, e cedidos

Escrito por Redação ,

Mesmo com o impacto positivo da produção de biodiesel na Usina de Quixadá no ano passado, a unidade, que é subsidiária da Petrobras, está reduzindo o quadro de pessoal. Onze funcionários deixaram a usina na semana passada, entre terceirizados, que foram demitidos, e cedidos, que foram transferidos para suas unidades de origem em Aracaju, Fortaleza, Recife e Salvador.

As informações são de Oriá Fernandes, presidente do Sindicato dos Petroleiros dos Estados do Ceará e PI (Sindpetro CE/PI). Ele acrescentou que, dos que deixaram o posto, nove eram da operação e dois eram de escritório. "Esse ajuste já está batendo nos empregados", lamentou. Segundo dados de fevereiro, a usina operava normalmente, até então, com 164 funcionários em todos os turnos.

Em meio a um trabalho de readequação de caixa decorrente dos prejuízos relacionados ao esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato, a Petrobras já tem, há dois anos, um Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntária (PIDV) para os que já são aposentados pelo INSS, apontou o presidente. Segundo ele, comenta-se que outro programa do tipo poderá ser implementado.

Com o cenário, Fernandes revela que o clima entre os funcionários da estatal "está péssimo". Na última quinta-feira (10), a entidade se manifestou, em Icapuí, contra a venda de dois campos de exploração terrestre da estatal no Ceará.

No início do mês, a diretoria executiva da Petrobras aprovou o começo do processo de cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural de um conjunto de campos terrestres, assim como a venda dos ativos relacionados a essas concessões.

Produção

A unidade apresenta um volume médio de produção de 7 milhões de litros ao mês, que atendem aos estados do Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte. Em 2015, 86 milhões de litros do combustível foram produzidos na usina, um resultado 17% mais alto que o do ano anterior, quando somou o volume de 73 milhões de litros, conforme dados da Petrobras. No mês passado, a Petrobras Biocombustível tinha afirmado ter como meta principal o aumento da confiabilidade e da eficiência operacional, visando a maior disponibilidade dos equipamentos e, inclusive, a redução dos custos de produção, como maneira de aumentar a sua competitividade e as vendas da produção.

Sem mamona

Quando o Estado criou, em 2007, um programa próprio de Biodiesel, esperava-se que ele fosse bem sucedido juntamente à produção de mamona do Estado, que seria a principal matéria-prima da usina de Quixadá. Na época, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva chegou a apontar a oleaginosa como solução para a situação financeira de muitos agricultores do sertão, que teriam destino certo para suas produções.

No entanto, devido a preços menos competitivos do que a soja e outras oleaginosas, a mamona foi caindo em desuso e, em 2013, já não era utilizada na usina de Quixadá - situação esta que se perpetua até o momento. Segundo a Petrobras, atualmente o equipamento utiliza como matéria-prima na unidade cearense o sebo, a soja e o algodão. Mesmo assim, a Petrobras adquire mamona da agricultura familiar para cumprir os requisitos do Selo Combustível Social.

Resposta

Procuração pela reportagem, a Petrobras Biocombustível informou, em nota, que "atualizou, em 2015, sua estrutura organizacional e fez a revisão de seus processos de produção, de modo a permitir que a empresa prossiga com as suas atividades no setor de biocombustíveis. Considerando que o negócio do biodiesel é altamente competitivo, a empresa trabalha para compatibilizar seus custos de operação com a realidade de mercado".

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