Subsídios trarão mais voos ao NE

O incentivo de R$ 500 milhões que o governo destinará aos voos regionais deverá afetar cidades do Nordeste

Escrito por Redação ,
Legenda: O cofundador da Azul, Mark Neeleman, participou ontem da abertura do 20º Conaje. Ele contou a trajetória da empresa e ressaltou pontos que contribuíram para o sucesso da companhia, como o tratamento diferenciado aos funcionários

Os subsídios que o governo federal reservou para estimular a criação de rotas aéreas fora das capitais brasileiras e o efeito da Copa do Mundo sobre o turismo resultarão no aumento do número de voos, no Nordeste, nos próximos anos, de acordo com o cofundador da Azul Linhas aéreas, Mark Neeleman.

Os incentivos do governo, que totalizam R$ 500 milhões, serão aplicados a partir do próximo ano. Os recursos virão do Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac), que é alimentado pelas tarifas de embarque e pelos pagamentos que os concessionários de aeroportos fazem à União. O objetivo é pagar às companhias aéreas um valor por passageiro transportado, como forma de baratear as passagens.

A expectativa é que o incentivo seja pago para até 50% dos assentos disponíveis em cada voo. Ainda têm de ser decididos, entretanto, os critérios e os valores desses subsídios. A ideia é que o incentivo varie conforme o tipo da rota - que tipo de cidade ela liga - e a distância entre a origem e o destino.

Conforme Neeleman, o efeito da Copa do Mundo sobre o turismo do País deverá ser sentido principalmente daqui a cinco anos. Ele ressalta que, segundo levantamento realizado entre os visitantes que vieram ao Brasil neste ano, 89% afirmaram que gostariam de voltar ao País no futuro ou que o recomendariam como um bom destino. "Então, essa procura (pelo Nordeste), deve crescer muito, ainda mais com os incentivos", frisa.

Palestra

Na noite de ontem, o executivo participou da abertura do 20º Congresso Nacional de Jovens Empreendedores (Conaje), no Hotel Vila Galé, em Fortaleza, proferindo palestra sobre o tema "Inovação e Empreendedorismo como Estilo de Vida".

Durante o evento, Neeleman contou um pouco da trajetória da Azul, ressaltando o modelo de gerência que marcou a companhia e, devido ao bom resultado, foi replicado em outros negócios empreendidos pelo executivo. Atualmente, Mark Neeleman está no comando da empresa de monitoramento Vigzul.

O empresário também investe hoje no setor de construção civil, através do desenvolvimento de uma tecnologia que permite erguer edificações inteiras utilizando madeira de bambu.

Relação com funcionários

Entre as atitudes que resultaram no sucesso da Azul, o empresário cita a postura dos chefes em relação aos empregados. "Isso foi um grande diferencial. Nós temos a mentalidade de que os executivos e as pessoas que comandam nas áreas administrativas estão à serviço daquelas que trabalham com atendimento ao cliente", aponta, ressaltando a importância de também dar autonomia e liberdade aos funcionários. "Esse é um conceito que sinto que falta muito ao Brasil. Os funcionários precisam se sentir realmente partes de uma equipe. Nós ainda temos muitos chefes abusados", acrescenta.

João Moura
Repórter

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.