Setor produtivo está otimista para o próximo ano

Entre resultados bons e ruins registrados em 2014, empresariado do CE torce por melhores condições em 2015

Escrito por Redação ,

Mais que um fim e recomeço de ano, a passagem de 2014 para 2015 representa para o setor produtivo cearense um momento no qual toda decisão deve reverberá sobre a economia local ao longo do próximo ano, o qual, assim como foi 2014, segue rodeado de previsões pessimistas. No entanto, entre maus e bons resultados registrados nos últimos 11 meses, os produtores do Estado comungam do mesmo sentimento: otimismo no que se refere às expectativas futuras.

Sejam os que estiveram acima da média nacional em todos os indicadores avaliados por diversos institutos de pesquisa - de dentro e de fora do Ceará -, como o comércio varejista, sejam os que ficaram abaixo nas metas mais significativas, como a indústria. Todos almejam, como é próprio da nossa cultura nas festas de Réveillon, um próspero Ano Novo.

O que pode fazer dar errado

Conscientes da sensibilidade deles aos movimentos da economia, sejam turbulências internas ou externas, o empresariado também adianta - logo em seguida aos desejos - as ponderações sobre o que pode fazer dar errado o planejado.

Ao listarem as preocupações, rememoram os vilões do desenvolvimento brasileiro, responsáveis pela ameaça ao desempenho dos mais diversos setores pelo País. Entram na lista negra o gasto exagerado do governo federal, o câmbio desfavorável, a burocracia desmedida e, com mais ênfase neste momento, os escândalos cada vez mais frequentes de corrupção na máquina pública.

Representatividade da seca

Historicamente, 2015 desperta algo diferente para os nordestinos, em especial: o ano preocupa não só por completar três secas consecutivas, mas por representar o centenário de uma das maiores estiagens que o Nordeste brasileiro já viu e viveu.

E o temor sobre a persistência da falta de chuva é horizontal: vai desde o agricultor até o industrial e afeta indiretamente também o comerciante. Sem água, não tem o que plantar, não tem como produzir e isso leva embora também o dinheiro, ou seja, não há com o que comprar.

Dadas as condições possíveis para o próximo ano, o empresariado cearense vive momentos distintos ante a seca. Uns falam em aprender a conviver, outros em garantias hídricas mais eficazes e alguns seguem à mercê dos efeitos climáticos.

Construção rumo  à estabilidade

O setor da construção civil continua aquecido no Ceará. Assim como aconteceu no ano passado, 2014 foi marcado por grandes lançamentos e obras concluídas no Estado, com destaque para Fortaleza e região metropolitana, que possuem uma demanda reprimida em torno de 120 mil unidades habitacionais.

De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), até o último mês de outubro, em torno de R$ 3,5 bilhões haviam sido movimentados com lançamentos de imóveis. A expectativa é que esse número chegue a R$ 5 bilhões até o fim deste ano.

2015 e a estabilidade

"No próximo ano, o número de empreendimentos lançados será menor. Não porque 2015 será ruim para o setor no Ceará. Em Fortaleza, o mercado está estável, em relação a outras capitais brasileiras. Mas o foco será maior na construção de imóveis já lançados neste ano e em 2013", diz o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro.

De acordo com ele, o único problema enfrentado atualmente pelo setor são os atrasos nos repasses federais às construtoras para obras do Minha Casa, Minha Vida. A falta de pagamento já motivou 2 mil demissões.

"Esse dinheiro é referente à faixa 1 do programa federal, para pessoas que ganham de zero a três salários mínimos, e segura cerca de 30 mil empregos no Ceará. Isso está gerando uma insegurança grande e demissão em massa", informa.

'Arrumar a casa'

Montenegro vê com bons olhos a nova equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Para ele, o Brasil precisa cortar os gastos públicos para aumentar a capacidade de investimento, principalmente na área da infraestrutura. "É preciso 'arrumar a casa' no primeiro semestre de 2015, mas o País ainda está relativamente bem. Os investimentos externos estão acontecendo", acrescenta.

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